Você já deve ter ouvido que o que fazemos mais jovens vai refletir na nossa velhice. E é mais ou menos assim. Estudos observacionais têm mostrado que comer alimentos ricos em flavanóis está ligado a menos declínio cognitivo à medida que as pessoas envelhecem, porque eles ajudam a melhorar o fluxo sanguíneo para o cérebro. Mas onde estão os flavanóis? Eles podem ser encontrados em vários frutos populares, além de artigos alimentares e bebidas. Estes ocorrem principalmente nas cascas e sementes das frutas e vegetais, ao invés da polpa.
Os flavanóis podem ser encontrados em quantidades relativamente altas em sumos de fruta, geleias, maçãs, abacates, figos, mangas, morangos, cacau, cerejas, chá preto, chá verde, vinho tinto, vinho branco e vinho do porto.
Ele dá as frutas e vegetais suas cores brilhantes.
No cacau há níveis altos de inúmeros flavanóis, incluindo epicatequina, catequina e oligómeros de procianidina.
Em uma pesquisa, os investigadores administraram os indivíduos com um total de 821 mg de cacau todos os dias. Durante o ensaio de cinco dias, descobriram que o cacau induzia dilatação periférica consistente e impressionante dos vasos sanguíneos. Isto sugere que os alimentos ricos em flavanóis podem ajudar a proteger contra eventos coronários, incluindo ataques cardíacos.
Ainda de acordo com o Journal of Cardiovascular Pharmacology os flavanóis podem ajudar a afastar a doença cognitiva. O mecanismo pode encontrar-se na sua capacidade de aumentar o fluxo sanguíneo para o cérebro.
Um tratamento de uma semana com cacau rico em flavanóis (900 mg por dia) elevou o fluxo sanguíneo cerebral na matéria cinzenta e reverteu a disfunção endotelial. Estes resultados sugerem os efeitos neuroprotetores dos flavanóis, dado que o declínio cognitivo e a demência estão associados à redução do fluxo sanguíneo cerebral.
Para além de ajudar a proteger o cérebro, os flavanóis também reforçam o desempenho do órgão, conforme estudo publicado na Frontiers in Nutrition que aponta o consumo a curto prazo aparenta aumentar a memória e o tempo de reação, enquanto o consumo a longo prazo pode ajudar a “aumentar a eficiência neural”.
Para os pesquisadores os flavanóis aumentam especificamente o fluxo sanguíneo para o córtex frontal do cérebro, a região responsável pelo planejamento e tomada de decisão, além de ajudar a melhorar a memória.
Outro estudo do Hospital Brigham and Women's de Harvard aponta que mulheres que consumiam duas ou mais porções de morangos e mirtilos a cada semana atrasavam o declínio da memória em até dois anos e meio.
Portanto coma mais fruta, seu cérebro e seu coração agradecem.
Max Lima é médico especialista em cardiologia e terapia intensiva, conselheiro do CFM, médico do corpo clínico do hospital israelita Albert Einstein, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia de Mato Grosso(SBCMT), Médico Cardiologista do Heart Team Ecardio no Hospital Amecor e na Clínica Vida , Saúde e Diagnóstico. CRMT 6194. Email: maxwlima@hotmail.com
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