A ressignificação do Dia do Trabalho

O Dia do Trabalho nunca trouxe tanta reflexão quanto nessa pandemia. Além de todas as angústias e receios sobre a nossa saúde, mergulhamos num mar de incertezas acerca do mercado de trabalho.
A pandemia nos obrigou a expandirmos o pensamento para o melhor entendimento da economia de compartilhamento, reinventar as fontes de renda e até mesmo reformular o setting de trabalho. São crises nunca vividas por nossa geração, ao menos não nessa proporção, deixando a população desamparada sob o ponto de vista financeiro tendo seus ofícios ameaçados pela instalação do caos econômico.
Mesmo com a melhora do setor, devido a flexibilização das medidas instituídas pelos órgãos, na busca em dosar a responsabilidade da saúde pública e o bem estar econômico, nossa capital ainda sente saudade de 2019 e 2020, pouco antes de estourar a pandemia.
Nosso estado, liderado por Cuiabá, maior centro econômico de Mato Grosso, registrava a taxa de desocupação em 9,9%, um dos menores índices de desemprego do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em paralelo, o crescimento do trabalho informal vinha numa crescente de quase 40%, ainda conforme dados do IBGE. Trabalho estes que são os mais vulneráveis porque estão à margem do sistema de proteção social que resguarda os trabalhadores de riscos naturais, sociais e econômicos.
Ainda assim, muitas pessoas se agarram à informalidade para o sustento familiar durante o auge da pandemia. Negócios foram reinventados e o trabalho foi ressignificado diante da realidade imposta, a qual ainda castiga os menos afortunados de oportunidades, instrução, experiência e demais fatores.
Sinto muito orgulho que centenas dessas pessoas passaram pelo programa Qualifica 300 que certificou cerca de 5 mil pessoas, sendo 3,5 mil mulheres, com cursos de qualificação profissional em quatro áreas diferentes.
Muitos alunos puderam colocar em prática todo o ensinamento e aprendizado adquirido para criar meios de geração de renda e assim amenizar os prejuízos de perdas nas finanças familiar e até mesmo reverter o desemprego.
É nesse caminho que projetamos 10 mil pessoas capacitadas para os próximos anos como a principal ferramenta para a retomada da geração de empregos e renda familiar, já com vista no pós-pandemia.
A oportunidade para as pessoas é a maior política que pode ser instituída pelo governo por que ela acarreta na menor dependência do poder público e a melhor aplicação das políticas de assistência social, o que traz mais igualdade à nossa sociedade que carece de justiça social.
Parabéns a todos trabalhadores que, em meio a dificuldade, se reinventam na busca do sustento familiar. Meu respeito e admiração à vocês!
Márcia Pinheiro é atual primeira-dama de Cuiabá, empresária e pós-graduada em Gestão Pública.

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