Depois disso, uma professora lhe convidou para se apresentar em festinhas de aniversário da filha e a partir daí passou a ganhar algum dinheiro para ajudar em casa.
“Estar na pele do palhaço Tapioca é uma forma de retribuir o amor e carinho que recebo das pessoas. É uma forma de demonstrar minha gratidão a Deus, as pessoas, a vida. Quando estou com as crianças ou os idosos, como as do Hospital do Câncer e do Abrigo dos Idosos, que são lugares que vou constantemente, também sinto uma gratidão por parte deles, por meio do amor, um sentimento real, sem pretensões, espontâneo. Amo fazer esse trabalho, aliás não é trabalho, é um prazer”, relata o militar.Segundo Tapioca, cada dia é de muita emoção e não há o que pague o sorriso na face de uma criança que passa por tratamentos de quimioterapia.
“Faça o bem hoje, agora. Já perdi muitos dos que visitei, mas tive a oportunidade de levar alegria”, refletiu ele em tom de saudade.
Luiz Carlos Menegatti participa voluntariamente nas horas de folga em atrações nos hospitais e festividades sociais, especialmente fins de semana e feriados. São inúmeras delas no seu currículo. “Sem deixar de lado ou comprometer o meu trabalho como policial militar. Pelo contrário, tem me ajudado a crescer como pessoa e profissional”, destacou ele.Cleuza Pereira da Silva é coordenadora dos voluntários do Hospital de Câncer, em Cuiabá, e afirma que o trabalho das pessoas que se dispõem a ajudar o próximo voluntariamente repercute em trazer harmonia, amor e afeto, mas que o trabalho voluntário do palhaço Tapioca é uma harmonia diferenciada no meio de crianças e adultos. “Luiz Menegatti é uma pessoa maravilhosa, já participou diversas vezes com a gente. Sempre que ele tem tempo disponível vai ao hospital, se doa, não só como palhaço, mas mesmo como cerimonialista também tem contribuído”, frisou ela.
Além dele existem outros militares que desenvolvem atividades sociais, também doando o tempo livre nos diversos projetos como na Rotam Mirim, Judô Bope, Jiu-jitsu, Só Alegria, e na banda musical.Monografia
“Pelo contraste entre ser policial e palhaço. De um lado a seriedade do militar e de outro a espontaneidade e modo extrovertido do palhaço. Eu não imaginava que um colega de farda realizava um trabalho como este. E, considerando que muitas pessoas tem receio do policial, outras protagonizam com o palhaço. Além disso, ele divide o tempo dele em levar alegria especialmente para crianças em tratamento. É uma forma de valorizar o profissional militar muitas vezes tão discriminado”, justificou Douglas, ao falar sobre a escolha do projeto para conclusão do curso.
“Me chamou muito a atenção em uma dessas oportunidades, quando chegávamos ao hospital do câncer e uma mãe veio ao encontro do Menegatti que já estava vestido de palhaço. Ela pedia para que ele fosse ver o filho dela, uma criança, que se recusava a continuar o tratamento, não queria mais tomar a medicação, nem comer. A criança reagiu depois da visita do palhaço e a mãe atribuiu a recuperação ao Menegatti, que transformado em palhaço Tapioca, soube falar com o menino e explicar que para ser alguém na vida e recuperar a saúde ele teria que fazer tudo direitinho”, revelou o formando.
Eliana Bess | PMMT
foto: CCSMI/SD PM Elias
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