Na sua conta na rede social Twitter, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que o acordo foi firmado em um telefonema com o ministro da Saúde do Congo, Oly Ilunga, na passada quinta-feira (10.05).
Ghebreyesus escreveu ainda que se deslocaria ao país, este sábado (12.05) com o objetivo de supervisionar a situação do último surto de ebola declarado.
A OMS ainda precisa da autorização final da RDCongo, que é esperada nos próximos dias, segundo declarações do chefe de emergências da OMS, Peter Salama, em Genebra.
Salama disse ainda que estão se preparando para iniciar uma campanha de vacinação assim que o governo congolês der sua autorização, e Gavi, a Aliança para a Imunização, já anunciou que financiará as vacinas.Casos de ébola
Na quinta-feira (10.05), o ministro da Saúde do Congo anunciou a primeira morte por ebola desde que o surto foi declarado, no início desta semana, embora a febre hemorrágica que causou a morte não tenha sido confirmada como ebola.
Na sexta-feira, o Ministério da Saúde anunciou um novo caso suspeito, em Bikoro, e um segundo na zona de saúde do Iboko, subindo o surto atual para 34 casos (dois confirmados, 14 suspeitos e 18 prováveis), segundo os dados conjuntos da OMS e do ministério da Saúde.
O Ministério informou ainda ter conhecimento de três doentes em Mbandaka, capital da província de Équateur, para onde está a enviar especialistas para investigar.
Laboratórios móveis estavam a ser implantados em Mbandaka e Bikoro neste sábado (12.05), ainda segundo o Ministério da Saúde.
A maioria dos casos até agora foi registrada nas redondezas da aldeia de Ikoko Impenge, perto da cidade Bikoro (noroeste).
Segundo Salama da OMS, é "absolutamente uma cena terrível em termos de infra-estrutura". Equipes médicas tentam conter o surto em uma região pobre em água e saneamento, com poucas estradas pavimentadas e pouca eletricidade, disse ele.
Equipes da OMS, Unicef, Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) e Médicos sem Fronteiras (MSF) se desdobraram na região onde surgiu o surto, em Bikoro, um local remoto a 280 quilômetros da capital provincial e com uma infraestrutura muito pobre.
Vizinhos preocupados
Embora o risco do último surto se espalhar para outros países seja baixo, nove países vizinhos foram colocados em alerta máximo, de acordo com Salama.
Autoridades da Guiné e da Gâmbia também disseram ter aumentado medidas de triagem ao longo de suas fronteiras para evitar a propagação da doença.
Angola inicia prevenção
O Ministério da Saúde de Angola anunciou que decidiu criar um Plano de Prevenção contra o vírus do Ebola.
De acordo com um comunicado de imprensa, as autoridades sanitárias de Angola reuniram de emergência, na quinta-feira (10.05), para "definir as medidas do plano a nível do país, devido à extensa fronteira que partilha" com a RDCongo.
"Ambos países partilham uma extensa fronteira territorial e registam um intenso fluxo migratório, que exige das duas partes a ativação dos protocolos de emergência existentes, no domínio da saúde, e o reforço na monitorização e vigilância epidemiológica transfronteiriça", lê-se no documento.No comunicado, o Ministério da Saúde assegura que "Angola não registou até ao momento nenhum caso suspeito, mas já estão em curso as medidas de ação e contenção do alastramento do Ebola no país".
"Considerando os grandes movimentos migratórios e por se tratar de doença altamente contagiosa, orientou-se, que todas as direções provinciais de Saúde e, em particular, as unidades sanitárias do país, deverão manter-se em estado de alerta", adianta.
Alerta que, refere a nota, deve observar medidas como o "reforço da vigilância epidemiológica, investigação de rumores e notificação aos níveis hierárquicos superiores, repartições municipais de saúde, direções provinciais de saúde, Direção Nacional de Saúde Pública, Centro de Processamento de Dados".
Constam ainda do leque de orientações, a notificação imediata de todos os casos suspeitos, a distribuição da definição de casos a todas unidades sanitárias públicas, privadas e filantrópicas do país, e manter "escrupulosamente" as medidas de proteção individual e de biossegurança.
O Ministério da Saúde exorta ainda que as províncias que fazem fronteira com a República Democrática do Congo devem reforçar a vigilância nos pontos de entrada, nomeadamente aeroportos e portos fluviais e marítimos, bem como nos postos fronteiriços terrestres.
AP, Reuters, Agência Lusa, cvt/Caminho Político
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