Vimos o saldo da balança comercial entre janeiro e março. Soubemos, com entusiasmo, do incremento das vendas de produtos brasileiros no mercado internacional. Os números, na verdade, chegaram a surpreender.
Mas o quadro positivo não se resume às exportações. Experimentamos resultados animadores no campo das atividades agrícolas e em outros ramos da economia. Até as pequenas fábricas aquecem seus motores.
Mas não quero cansar ninguém com os números. O que importa sublinhar é que um novo quadro econômico principia a se definir. O Brasil recomeça a mover seus músculos. A retomar seus movimentos.
As medidas econômicas do Governo alcançam suas primeiras repercussões. O Congresso, nos momentos decisivos, faz o que é preciso ser feito. A sociedade, por sua vez, exibe um novo ânimo, a lembrar a afirmação de Ulisses Guimarães: “quando o Brasil quer, o Brasil muda”.
Em síntese, o Brasil volta a confiar em si mesmo. E o mundo responde positivamente a este renascimento da autoconfiança nacional. Prova disso foi o surpreendente sucesso do leilão de quatro aeroportos brasileiros, arrematados por grandes operadoras internacionais. É mais um dado a comprovar que estamos reencontrando nosso rumo.
E é preciso que todos se engajem nessa virada. Que até os mais refratários deixem para trás o gás paralisante do revanchismo. Os clichês político-partidários que não levarão a lugar algum. Mesmo porque, quem insistir em se fechar num pacto com o passado, será atropelado pelos fatos.
E os fatos dizem que o país se encontra, agora, num momento matinal. A mudança é visível. Uma nova disposição vai tomando gradualmente o corpo social. E o Brasil não pode perder mais esta oportunidade.
Mas tenhamos uma medida justa das coisas. Não vamos nos render ao complexo de vira-lata que só sabe ver o país como nação condenada ao atraso, nem à euforia deliriosa que embriagou nossos governantes nessa última dúzia de anos, quando não faltou quem dissesse que já estávamos com um pé no primeiro mundo.
O Brasil, neste início de transição econômica, tem de ser pensado de uma perspectiva realista. Nada dos passinhos tímidos de quem teme ousar, nada dos falsos passos grandiosos que giram no vazio. É hora do Brasil dar passos do tamanho de suas próprias pernas.
Moreira Franco Secretário-geral da Presidência
Artigo publicado no Blog do Noblat
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