"Secretário do ministério aponta dificuldade para construir hidrelétricas"

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, reconheceu que o setor elétrico brasileiro passa por dificuldades, mas disse que as questões são mais conjunturais, como a dificuldade que o País enfrenta para construir grandes hidrelétricas e a seca que afetou os reservatórios das usinas.
Sobre as hidrelétricas, ele afirmou que existe no Brasil um movimento contra esse tipo de usina, que dificulta a instalação de novas unidades. Prova disso, segundo ele, seriam os atrasos na construção da usina de Belo Monte (PA), maior projeto na área energética, que já deveria estar em operação. A última previsão é que a primeira turbina será acionada até o final do ano. “Temos que ir na raiz das questões para falarmos com segurança”, disse.
Seca
Além da dificuldade de construir hidrelétrica, Ventura Filho argumentou que a seca entre 2012 e 2014 trouxe problemas para o sistema. Ele disse que a estiagem só não foi pior do que a verificada entre 1953 e 1955. “O fenômeno de três anos secos seguidos é raro de acontecer. Mas aconteceu”, disse.

Ele afirmou, porém, que o suprimento de energia está assegurado no biênio 2015/2017, não se vislumbrando deficit ou racionamento. “Tem oferta que vai entrar fora da área seca”, disse, referindo-se a usinas como a de Belo Monte.
O secretário afirmou que o Brasil não parou de expandir o sistema elétrico. Segundo Ventura, entre 1970 e 2000, o sistema incorporou dois mil MW/ano. Entre 2000 e 2010, passou para quatro mil MW/ano. Ele disse ainda que para garantir a oferta futura, o País precisará incorporar oito mil MW/ano de novas plantas até 2022.
Ele afirmou ainda que os principais desafios do setor são o aumento da confiabilidade na operação do sistema, o planejamento, a atuação das agências reguladoras, a manutenção da expansão do sistema e a comercialização.
Reportagem - Janary Júnior
Edição - Sandra Crespo

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