Hugo Motta não cede mesmo com manifestação e deixa anistia na gaveta da Câmara

Apesar da mobilização das ruas de São Paulo neste domingo (6), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sinalizou que neste momento não pretende pautar o projeto da anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023. A aprovação da matéria é uma das prioridades da bancada da oposição, liderada pelo Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. 
Parlamentares da direita vinham ao longo das últimas semanas buscando assinaturas entre os líderes dos partidos, no intuito de convencer Motta a pautar um requerimento de urgência para votar o texto direto no plenário. Eles não desistiram da pressão e tentam agora coletar assinaturas individuais de deputados. Se aprovado, o pedido aceleraria a tramitação da proposta da anistia na Câmara.
O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro vinha atuando junto aos partidos do Centrão, como PSD, Republicanos e PP, para tentar ampliar o apoio ao texto. Motta, no entanto, pediu para que os líderes desses partidos não assinassem o requerimento de urgência encampado pela oposição. 
A eleição do presidente da Câmara ocorreu no início do ano com apoio tanto do PL quanto da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Motta e o padrinho de sua candidatura, Arthur Lira (PP-AL), haviam prometido à oposição deixar o projeto da anistia tramitar. Ao mesmo tempo, eles afirmaram ao governo que a matéria não avançaria.
Neste final de semana, durante o ato da Avenida Paulista, em São Paulo, diversos políticos defenderam a aprovação do projeto. Bolsonaro e outros líderes partidários, no entanto, evitaram críticas diretas ao presidente da Câmara. No acordo que elegeu Motta, o PL indicou o vice-presidente da Casa, Altineu Côrtes (RJ). 
“Eu vou me ater a uma pauta fundamental para todos nós: a pauta da justiça, que o presidente Bolsonaro, que o pastor Silas, que o presidente Valdemar Costa Neto, e que todos nós estamos aqui para defender, a pauta da anistia. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, ele é um presidente que vai ser pautado pela maioria da Câmara dos Deputados”, disse Côrtes.  
Por outro lado, o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores da manifestação, criticou publicamente o presidente da Câmara. Segundo o líder religioso, "o deputado barra o avanço da proposta, envergonha o estado da Paraíba. Para ele, os deputados não vão abrir mão de assinar o pedido de anistia. 
"Senhor presidente da Câmara, Hugo Motta, disse 'eu sou arbitro, juiz'. Só se for juiz iníquo, porque ele pediu para os líderes partidários para não assinar a urgência do projeto de anistia", disse Malafaia em cima do carro de som. 
Apesar disso, aliados de Motta ouvidos pela reportagem afirmam que o presidente da Câmara "não se sentiu intimidado" pelos discursos na Paulista. Nesta segunda-feira (7), durante um evento com empresários em São Paulo, o deputado disse que o projeto da anistia não será resolvido com “desequilíbrio” e aumento da tensão entre as instituições da República. 
“Não é desequilibrando, não é aumentando a crise que nós vamos resolver o problema. Não contem com este presidente para aumentar uma crise institucional”, afirmou Motta. 
Wesley Oliveira/gazetadopovo/Caminho Político
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