O projeto social foi desafiador e palco para pessoas em situação de rua que já foram cantores gospel, poetas, dançarinos, e, hoje estão “esquecidos” pela sociedade. Neste sábado o projeto Social Caravana da Rua para Rua encerra suas ações na Praça do Porto, a partir das 17h, levando entretenimento, alimento, kits de higiene, roupas e a mensagem de esperança às pessoas em situação de rua e dependentes químicos. Uma experiência que gerou um impacto na vida de mais de 220 pessoas que vivem entre becos, praças e vielas de Cuiabá, com talentos amortecidos, dores não curadas, páginas de vida a serem preenchidas com mais ações e políticas públicas voltadas à atenção a essa massa que se torna marginalizada e “invisível” da sociedade.
“O Núcleo Hoje como um todo agradece a oportunidade de estar realizando o Caravana da Rua Para Rua, em que o Dr. Leonardo nos ajudou a fazer 10 ações com a emenda parlamentar, junto com o Instituto INCA, para dar assistência às pessoas em situação de rua, aos dependentes químicos e de toda Cuiabá entre praças que a gente passou, onde deixamos a nossa mensagem por meio do entretenimento: pelo Hip Hop, com o rap, a poesia, o grafite o B-Boy e a B-Girl. Todas essas ações foram de modificação, espiritual e mental”, destaca o cuiabano Mano Raul, de 41 anos, idealizador do projeto que já desenvolve há anos.
O Caravana da Rua Para Rua foi um projeto desafiador, desde o início, porque lidar com pessoas em situação de rua nem sempre se consegue uma proximidade de vida, devido a maioria estar sobre o efeito do uso de drogas ilícitas e lícitas. E por isso, a inserção da arte do Hip Hop, o que fez com que essa aproximação fosse facilitada para uma conversa, um abraço e sobretudo levar a mensagem de amor, fé e esperança, também com a doação de roupas, kits de higiene pessoal, atendimento psicossocial, além do entretenimento.
Para a coordenadora do projeto, Andreia Preza, que é vice-presidente do Instituto INCA- Inclusão Cidadania e Ação, sair da sua zona de conforto e ir até essas pessoas, dando este espaço para ouvi-los, dar um sorriso, entregar as roupas e calçados, onde eles puderam escolher, receber seu alimento e kit de higiene, é acolhedor. É fazê-los se sentirem parte da sociedade, sentirem importantes, em não tão rejeitados e excluídos.
“Teve ações em que eu me emocionei muito, outras que saí impactada com as respostas. É um projeto que pode ser aprimorado para termos mais retorno com essas pessoas em situação de rua, porque a gente sabe que eles são excluídos e muitas pessoas fazem vista grossa e nós trouxemos visibilidade e voz para essas pessoas: de lembrar que elas estão ali e não tem como passarem despercebidas no nosso dia a dia. E é fundamental o respeito e a inclusão das pessoas em situação de rua”, frisa a coordenadora.
Dentre as ações, o Caravana foi palco para cantores gospel, poetas, dançarinos, e, às margens, estavam desde pessoas com pouca escolaridade até profissionais de diversas áreas do conhecimento, sendo a maioria de municípios do interior de Mato Grosso: vila Bela da Santíssima Trindade, Cáceres, Rondonópolis, Rosário Oeste, Jaciara, entre outros. Até mesmo vindos de fora do Estado: Rondônia, Manaus e do Nordeste.
Seja quais localidades que vieram, deixaram suas moradias, filhos, pais, avós, ou são órfãos de pais e mães vivos, e estão na situação por escolha, fuga da realidade, violência, abusos ou falta de oportunidade.
Conveniado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), por meio de emenda parlamentar do ex-deputado federal, Dr. Leonardo, atual Secretário do Escritório de Representação do Estado de Mato Grosso (Ermat), o projeto está sendo realizado pelo Instituto INCA-Inclusão, Cidadania e Ação, em rede com a Ong Núcleo Hoje e tem o objetivo de despertar a esperança e levar uma melhor saída para a circunstância em que vivem as pessoas em situação de rua.
PROGRAMAÇÃO
Dentre as intervenções artísticas, estão o Dj Drow e o rapper e break- Guil; a B-Girl Simone Vieira; o grafite pelo artista plástico Regis Gomes, poesia e slam de Luciene Carvalho, e depoimento do Mano Raul.
A “Caravana da Rua para a Rua” teve duração de 8 meses e neste sábado será décima e última ação. Começou no dia 06 de abril, na Praça Beco do Candeeiro e percorreu as Praças Ipiranga, do Porto, a Oito de Abril, atrás do Beco (perto Base Militar), Escadaria do Beco Alto e Bosque da Rodoviária.
A proposta de movimentar a cidade com ações provocativas e de conscientização foi alcançada em uma fagulha, não somente para as pessoas que enfrentam a doença da adicção, um distúrbio neuropsicológico caracterizado por um desejo persistente e intenso de usar uma droga, como também comerciantes e sociedade em geral.
Por meio do acolhimento, a proposta é fazer com que as pessoas em situação de rua entendam as causas e efeitos da dependência química, criando uma perspectiva e um despertar quanto a suas vidas e maneira de viver, com o contato acolhedor por meio da arte e de atendimentos que possam ser fatores motivacionais para quem sabe, uma mudança dessa realidade.
O Caravana da Rua Para Rua contou com o apoio Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Secretarias de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), de Segurança Pública (Sesp), de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso, Municipal de Cultura (Secel-MT), Centro POP, Ong Solares, Defensoria Pública e Águas Cuiabá. Além do Colégio Master (com a campanha de doação de roupas e calçados) e Podcast Mk.
Assessoria/Caminho Político
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