Dados setoriais demonstram desaceleração da economia em Mato Grosso no 1º semestre de 2024; conforme levantamento da FCDL
Linha: Mesmo com a desaceleração, mercado de trabalho ainda mostra dinamismo. Conforme levantamento da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/MT), junto ao IBGE, os dados mostram que as vendas do comércio de Mato Grosso desaceleraram no 1º semestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No varejo ampliado, que considera todas as atividades comerciais segmentadas pelo instituto, houve um recuo de 0,8%. Já no comércio varejista, que desconsidera alguns segmentos mais específicos, como as vendas de automóveis e materiais para construção, as vendas cresceram, mas a um ritmo menor do que o verificado no início do ano.
O setor de serviços enfrenta um quadro semelhante. Houve queda no volume de atividade desse setor na comparação entre o 1º semestre de 2024 e o 1º semestre de 2023. A desaceleração econômica do estado sucede um período de forte crescimento e tem como pano de fundo as dificuldades do campo, em decorrência das adversidades climáticas que impõem perdas ao setor agrícola. As projeções do IBGE seguem apontando queda da safra de 2024.
Apesar desse fato, o mercado de trabalho ainda mostra resiliência. Pelos dados do CAGED, constata-se que no 1º semestre que 41,7 mil vagas formais foram criadas no estado. Além disso, a taxa de desemprego segue baixa, estimada em 3,3%. Essa taxa cresceu com relação à mínima histórica, de 2,4% no 3º trimestre de 2023. Ainda assim, o desemprego no estado fica bem abaixo da média nacional.
No mercado de crédito, de acordo com dados do Banco Central, o volume de recursos emprestados às famílias segue crescendo a taxa expressiva, com a inadimplência baixa.
Segundo o presidente da FCDL/MT, David Pintor, “ainda há muito a ser feito em 2024. O desafio dos próximos meses será atenuar o impacto da quebra de safra sobre os demais setores do estado, permitindo que, superadas as adversidades climáticas, o comércio do estado volte a crescer com a mesma força dos anos anteriores”, disse.
Dados do 1º semestre apontam queda das vendas do varejo ampliado em Mato Grosso
Os dados referentes ao 1º semestre de 2024 confirmam a desaceleração das vendas do comércio em Mato Grosso. O desempenho reflete o quadro geral da economia local, afetado pelas dificuldades do setor agropecuário. Para o varejo ampliado, que reúne todas as atividades comerciais, observa-se que o volume de vendas mensal dos meses do 1º semestre de 2024 ficou abaixo ou no mesmo patamar do observado no mesmo mês de 2023, exceção feita a janeiro. Isso resultou em uma queda 0,8% das vendas desse segmento no 1º semestre. No comércio varejista, que desconsidera atividades mais específicas, as vendas cresceram no semestre, mas a um ritmo menor do que o verificado anteriormente.
Volume de prestação de serviços recua em Mato Grosso e indica desaceleração da atividade econômica
Completando o quadro da atividade econômica em Mato Grosso, no 1º semestre de 2024, o volume de prestação de serviços caiu 6,4% no estado, de acordo com dados do IBGE. A comparação é com o mesmo período do ano anterior. No país como um todo, o volume de prestação de serviços cresceu 1,6% no mesmo período. Por sua vez, a produção industrial apresentou alta de 4,0% no período, ante um avanço de 2,6% da média nacional. Mesmo com o avanço da produção industrial, o desempenho negativo do setor de serviços sugere desaceleração da atividade econômica do estado, devido ao peso do setor na economia. Essa desaceleração guarda relação com a queda da produção agrícola, decorrente de adversidades climáticas que afetam diferentes regiões do país. As projeções do IBGE apontam para uma queda de 7,9% na safra de grãos do estado – um recuo superior ao projetado para o país como um todo.
Em Mato Grosso, saldo de vagas formais criadas chega a 41.711 no 1º semestre de 2024 e supera o saldo observado no mesmo período de 2023
De acordo com dados do CAGED, no 1º semestre de 2024, 41.711 vagas formais de trabalho foram criadas no estado de Mato Grosso. Esse resultado representa a diferença entre o total de admissões e o total de demissões no período e registrou um crescimento de 3,3% com relação ao número de vagas criadas no 1º semestre de 2023. A abertura dos dados por setor mostra que os Serviços lideraram a criação de vagas formais no 1º semestre, com 15.486 postos criados. Em seguida, aparece a Indústria (9.885).
No comércio, o saldo de vagas formais criadas no 1º semestre chegou a 5.019.
Por fim, o número total de empregos formais em Mato Grosso, independentemente da data de criação, chegou a cerca de 960.289 em junho de 2024, acima do verificado em junho de 2023 (919.657).
Taxa de desemprego é estimada em 3,7% em Mato Grosso
Complementando as informações do mercado de trabalho, dados do IBGE mostram que a força de trabalho no estado do Mato Grosso encerrou o 1º trimestre de 2024 com 1,98 milhão de pessoas. A força de trabalho é composta pelos indivíduos que exercem alguma atividade profissional ou que estão à procura, mas sem trabalho no momento da pesquisa – os chamados desempregados. O detalhamento dos dados mostra um total de 1,91 milhão de pessoas ocupadas e 65 mil desempregados no estado.
Observa-se, ainda, que a taxa de desemprego, medida como uma proporção da força de trabalho, chegou a 3,3%. Essa taxa apresentou forte recuo a partir de meados de 2021.
Nos meses mais recentes, porém, observou-se um avanço do desemprego no estado depois de alcançar a mínima história no 3º trimestre de 2023. Por fim, a renda média no estado segue evoluindo e foi estimada em R$ 3,5 no 2º trimestre de 2024.
Em Mato Grosso, crédito às famílias cresce 5,7% no 1º semestre; crédito empresarial também avança, mas a um ritmo menor
Dados do mercado de crédito mostram que, em junho de 2024, o saldo de crédito destinado a Pessoas Físicas (PF) chegou a R$ 151 bilhões no Mato Grosso. Esse número representa os valores em aberto, vencidos ou a vencer, das operações de empréstimo e financiamentos feitas através do Sistema Financeiro Nacional (SFN). No segmento de PF, esses recursos possibilitam a antecipação do consumo. Já o saldo destinado a Pessoas Jurídicas chegou a R$ 74 bilhões. Ao longo do 1º semestre de 2024, o saldo de crédito às famílias cresceu 7,6% na comparação com o saldo do início do ano, enquanto o crédito empresarial avançou 2,8%.
Por fim, a inadimplência bancária no estado, medida como o percentual do saldo com atraso superior a 90 dias, foi estimada em 2,3% no segmento de PF, abaixo da observada na média nacional. No segmento de PJ, a taxa de inadimplência foi de 2,3%. Os dados são do Banco Central do Brasil.
IPCA registra alta de 4,8% no Centro-Oeste; preços ao produtor avançam no país
Em julho de 2024, o índice oficial de inflação (IPCA) medido na região Centro-Oeste registrou alta de 4,8% no acumulado de 12 meses, apresentando aceleração com relação à variação observada em meses anteriores.
O IPCA é apurado pelo IBGE e considera uma cesta de bens e serviços tipicamente consumidos pelas famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos.
A abertura do índice por grupos de bens e serviços mostra que, no país como um todo, a maior alta dos preços foi notada pelos itens de Educação, com avanço médio de 6,9% nos preços. Em seguida, aparecem os itens de “Saúde e cuidados pessoais”, com alta de 6,0%. Por fim, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), apurado pela Fundação Getúlio Vargas, apresentou crescimento 3,7% no acumulado de 12 meses, depois de um longo período de quedas. Esse índice mostra a evolução dos preços no atacado, antes de chegar ao consumidor final, e pode impactar os preços praticados pelo varejo.
Assessoria/Caminho Político
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