CAMINHO DO ESPORTE PARIS 2024: ANA PATRÍCIA/DUDA BUSCAM A VIRADA E ESTÃO NA FINAL DO VÔLEI DE PRAIA NOS JOGOS OLÍMPICOS

Ana Patrícia e Duda cumpriram as expectativas e estarão na final do vôlei de praia feminino nos Jogos Olímpicos Paris 2024. A dupla número 1 do mundo tinha um grande desafio na semifinal: as australianas Mariafe Artacho del Solar e Taliqua Clancy, vencedoras da prata em Tóquio 2020. A dupla do Brasil prevaleceu com a virada nesta quinta-feira, 8 de agosto. Ana Patrícia/Duda ganharam por 2 sets a 1 (20-22, 21-15, 15-12), em 57 minutos de jogo.
O primeiro set teve virada e vitória de Mariafe/Clancy, até que Ana Patrícia/Duda se recuperassem para um triunfo confortável no segundo set. Já no tie-break, após uma disputa ponto a ponto, o talento das brasileiras prevaleceu no final. Ana Patrícia fez uma partida fantástica, com 26 pontos de ataque, três bloqueios e dois aces. Já Duda foi excepcional na defesa e ainda contribuiu com 12 pontos de ataque.
Na outra semifinal feminina, as canadenses Melissa/Brandie se classificaram à final, com a vitória por 2 sets a 1 sobre as suíças Huberli/Brunner -- 14-21, 22-20 e 15-12 em 57 minutos de partida. Será a primeira decisão Olímpica de uma dupla do Canadá. A final acontecerá nesta sexta-feira, 9 de agosto, às 17h30 (de Brasília).
Ana Patrícia e Duda foram a única dupla brasileira a alcançar a semifinal do vôlei de praia em Paris 2024. Carol Solberg/Bárbara e George/André foram eliminados nas oitavas de final. Evandro/Arthur pararam nas quartas de final. No atual ciclo, Ana Patrícia e Duda conquistaram o Campeonato Mundial 2022 e ainda levaram a prata em 2023. Também ficaram com o ouro nos Jogos Pan-Americanos 2023.
O Brasil possui sete medalhas no vôlei de praia feminino em Jogos Olímpicos. Levou o ouro na primeira edição, com Sandra Pires e Jaqueline Silva, além da prata, com Mônica e Adriana Samuel. Depois disso, foram mais três pratas e dois bronzes para as duplas brasileiras.
A VITÓRIA DEDICADA À AVÓ DE DUDA
Depois da classificação à final, Ana Patrícia e Duda falaram com a imprensa. Destacaram como já esperavam um jogo difícil contra as australianas, mas agora podem desfrutar a conquista do pódio sem perder de vista o ouro.
“Eu não gosto muito de ver as estatísticas, mas nesse confronto sempre é 2x1. Elas são medalhistas de prata de Tóquio, então a gente sabia que elas queriam também ganhar. Mas conseguimos, tivemos paciência, já passamos por isso muitas vezes, então tivemos força, cabeça boa e persistência para conseguir”, analisou Duda, à Rádio Itatiaia.
“Com essa alegria que a gente está aqui, podia ser agora [a final] que a gente já jogava. Mas a gente vai descansar, cuidar do corpo, fazer o estudo das meninas. Se Deus quiser amanhã à noite neste mesmo horário estamos pisando neste estádio maravilhoso”, complementou Ana Patrícia, à Itatiaia.
Emocionada, Duda ainda dedicou a vitória à avó. “Se não fosse a minha vó, nada disso teria acontecido, porque... para quem não sabe, minha mãe é adotada, bateram na porta da minha vó e tinha minha mãe lá, então isso é coisa de filme. Pela primeira vez na vida, depois que ela faleceu, eu sonhei com a minha vó. Eu falei ‘Paty’, e ela me abraçou. Eu devo tudo isso a ela, era pobre, construir uma família linda, foi guerreira. E está lá do céu iluminando a gente”, lembrou, à Cazé TV.
COMO FOI A EMOCIONANTE VITÓRIA DO BRASIL
O primeiro set mostrou Ana Patrícia e Duda vibrantes desde o início. Forçavam o saque e contavam com a efetividade de Ana Patrícia no ataque. O bom início das brasileiras rendeu uma vantagem de quatro pontos, 8-4, até que as australianas pedissem tempo. A recuperação das adversárias começou pouco depois, para o empate por 10-10.
A partir de então, o jogo ficou mais equilibrado. A dupla do Brasil permaneceu à frente no placar, mas com vantagens menores. Existia uma ansiedade maior das brasileiras. Com o empate em 18-18, veio o pedido de tempo de Ana Patrícia/Duda. Tomaram a virada e não conseguiram mais a recuperação. Com erros pontuais das brasileiras, Mariafe/Clancy fecharam o set em 22-20.
O segundo set continuou bastante acirrado, até que mais uma vez o ataque do Brasil retomasse a dianteira. Ana Patrícia prevalecia na rede e Duda fazia milagres na defesa. Com a vantagem em 7-4 para as brasileiras, veio o pedido de tempo das australianas. Não adiantou muito.
O ataque de Ana Patrícia continuou muito difícil de ser parado no set. Da mesma maneira, funcionava a estratégia de sacar em cima de Clancy. A vantagem se manteve na casa dos quatro pontos durante quase todo o set, até que um ataque de Duda conseguisse fechar a parcial em 21-15.
Já o tie-break começou tenso, com alternâncias no placar. Mariafe/Clancy fizeram 4-2, até que três pontos seguidos permitissem a virada por 5-4 a Duda/Ana Patrícia. A vantagem das brasileiras não passou de um ponto até o 12-12, com a experiência das australianas não permitindo tréguas às brasileiras.
Foi somente no final do set que Duda e Ana Patrícia realmente impuseram o talento para a vitória. Foram três pontos seguidos que permitiram a parcial por 15-12 no tie-break e o triunfo rumo à final. O último desafio será a dupla canadense Melissa/Brandie, que ocupa a sétima colocação no ranking mundial.
Há dez anos, Ana Patrícia e Duda conquistaram o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanjing 2014. A carreira da dupla seguiu outros rumos no nível profissional, inclusive com parceiras diferentes em Tóquio 2020. Juntas de novo neste ciclo, subirão no pódio pela primeira vez e irão por mais na decisão desta sexta-feira.
Assessoria/Caminho Político
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