O feminicídio, crime hediondo que tira a vida de mulheres pelo simples fato de serem mulheres, assola nossa sociedade como uma praga, deixando um rastro de dor e luto. Cada mulher assassinada representa um universo de sonhos, projetos e afetos brutalmente exterminados, deixando um vazio irreparável na vida de familiares e amigos. Em 2023, o Brasil registrou 1.463 casos de feminicídio, aproximadamente um a cada seis horas. O estado de Mato Grosso apresentou a maior taxa, com 2,5 mortes para cada 100 mil mulheres. Em números absolutos, foram 46 feminicídios, dos quais apenas 5 vítimas tinham medida protetiva contra o agressor, segundo a Polícia Civil. Esses números representam vidas interrompidas pela misoginia e crueldade desmedida.
O feminicídio é a expressão mais extrema de um ciclo de violência que começa com a discriminação de gênero e a naturalização da submissão feminina. Violência doméstica, assédio sexual, controle e manipulação são algumas das formas de violência que antecedem o feminicídio.
Combater o feminicídio exige um esforço conjunto. É preciso desconstruir estereótipos de gênero e promover uma cultura de respeito e igualdade entre homens e mulheres. Políticas públicas devem ser fortalecidas para garantir a proteção das mulheres em situação de risco, com medidas eficazes de prevenção e punição aos agressores.
A sociedade civil também tem um papel fundamental. É preciso romper o silêncio, denunciar a violência e exigir justiça para as vítimas. A educação é crucial para conscientizar as novas gerações sobre a importância da igualdade de gênero e do respeito aos direitos das mulheres.
O feminicídio não é um problema individual, é uma questão social que exige uma resposta coletiva. É hora de dizer basta à violência contra as mulheres e construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde todas as vidas sejam valorizadas e protegidas.
Vamos recordar a história de Maria* (*Nome fictício para proteger a identidade da vítima), uma jovem de 38 anos, cheia de vida e sonhos. Maria foi assassinada pelo ex-companheiro após anos de abusos e ameaças. Ela tinha planos de voltar a estudar e queria ser enfermeira. Sua vida foi interrompida de forma brutal, deixando uma filha pequena que agora cresce sem a mãe. Maria não é uma estatística, ela é uma vida ceifada pela violência de gênero.
Vamos trabalhar juntas para que o feminicídio seja erradicado. Que possamos viver em um mundo onde mulheres não sejam mortas simplesmente por serem mulheres, e onde todas as vidas sejam respeitadas e protegidas.
Jacqueline Cândido de Souza – Advogada e servidora pública dedicada, engajada na defesa dos direitos das mulheres e na promoção da igualdade de gênero. Para saber mais a respeito me siga no Instagram https://www.instagram.com/jacquelinecandido.adv/.
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