Testes mostram pesticidas em árvores de Natal na Alemanha

Amostras de abetos do Cáucaso apresentaram 15 substâncias nocivas, entre elas, glifosato, segundo ONG alemã Bund. Alguns dos materiais encontrados são proibidos na UE. Às vésperas do Natal, a ONG alemã de proteção do meio ambiente Bund testou amostras árvores de Natal naturais de todo o país e descobriu resultados alarmantes: um terço delas estava contaminado com pesticidas e substâncias químicas nocivas.
No total, 15 ingredientes ativos de pesticidas foram encontrados nas amostras, analisadas por um laboratório independente, incluindo glifosato.
Para a análise, foram adquiridos 19 abetos do Cáucaso, espécie comumente usada na Europa nessa época do ano para decorar as casas para o Natal. Elas foram compradas em lojas de materiais de construção, lojas de jardinagem e em vendas de rua em oito dos 16 estados alemães.
O laboratório descobriu resíduos de pesticidas em 14 dos 19 abetos. Algumas das substâncias encontradas são proibidas na União Europeia (UE) e duas não são autorizadas para o cultivo de árvores de Natal.
Por essa razão, de acordo com a Bund, essas árvores não deveriam nem estar sendo vendidas. A ONG pediu que as autoridades investiguem a suposta prática ilegal.Ameaça à biodiversidade
Cerca de 90% das aproximadamente 30 milhões de árvores de Natal vendidas todos os anos na Alemanha vem de plantações nacionais. Para isso, são usados 50 mil hectares - e os pesticidas são frequentemente utilizados, especialmente quando os abetos são cultivados em grandes plantações. Em torno de 2,4 milhões de árvores de Natal são importadas da Dinamarca.
"As pessoas acreditam que com a árvore de Natal estão trazendo um pedaço da natureza não poluída para a sua sala. Mas as plantações de árvores de Natal são fertilizadas e pulverizadas - inseticidas, herbicidas, fungicidas. Está tudo aí", destaca Corina Hölzel, especialista em pesticidas da Bund.
As substâncias utilizadas ilegalmente nas plantações de árvores de Natal são perigosas tanto para o ambiente quanto para as pessoas.
O glifosato, por exemplo, suspeito de causar câncer e cuja aprovação na UE foi prorrogada em meio a polêmicas há apenas algumas semanas, foi encontrado em um quarto das árvores.
Além disso, seis das substâncias encontradas são altamente tóxicas para abelhas, aves e organismos aquáticos, prejudicando a biodiversidade.
Embora não exista um perigo imediato para os seres humanos, Hölzel, da Bund, recomenda arejar regularmente o ambiente onde árvores de Natal naturais forem usadas na decoração.
le (ots)Caminho político
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