Um dos momentos mais especiais da vida humana é quando nascem os filhos. Por isso, nos preocupamos imensamente com a saúde dos bebês, buscando saber tudo o que está acontecendo. Por isso, alguns problemas precisam ser descobertos rapidamente. Aproveitando o Dia Nacional do Surdo, celebrado em 26 de setembro, vamos falar sobre os problemas de audição e o teste da orelhinha. Segundo dados de diferentes estudos epidemiológicos, a prevalência da deficiência auditiva varia de 1 a 6 neonatos para cada 1.000 nascidos vivos, e de 1 a 4 para cada 100 recém-nascidos provenientes de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).A Organização Mundial de Saúde estima que 1,5% da população brasileira seja portadora de algum grau de deficiência auditiva. Número expressivo, não é mesmo?
Mas, como diagnosticar a surdez?
A Triagem Auditiva Neonatal Universal (teste da orelhinha), realizada nos primeiros dias de vida, é a maneira mais eficaz e eficiente para detectar as alterações auditivas. A não realização resulta em diagnóstico e intervenção muito tardias, o que compromete muito o desenvolvimento pleno das crianças.
O teste da orelhinha faz parte da rotina de cuidados neonatais durante a internação, assim como o teste do pezinho, teste do olhinho, teste do coraçãozinho e teste da linguinha. É realizado no dia da alta hospitalar no quarto da maternidade ou em clínicas especializadas sempre na presença dos pais. O exame é rápido e totalmente indolor, com resultado imediato. Conta, na maioria das vezes, com cobertura dos planos de saúde.
O uso de equipamentos de última geração com alta especificidade e sensibilidade e profissionais fonoaudiólogos capacitados para a triagem e o diagnóstico completo precoce das deficiências auditivas são fatores diferenciais para a saúde e desenvolvimento dos bebês. Além disso, é importante notar que existem protocolos nacionais e internacionais para avaliar e acompanhar bebês de baixo risco para surdez e alto risco para surdez.
Deve-se destacar que, mesmo quando o bebê apresenta resultado adequado na triagem auditiva neonatal, feita na maternidade, é importante que os pais acompanhem, em casa, o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem de seus filhos durante toda a infância.
Qualquer desconfiança de que a criança apresente dificuldade para perceber, identificar, ou discriminar sons ambientais e de fala, e/ou apresenta um atraso de linguagem, os pais devem procurar, imediatamente, um médico para solicitar uma avaliação completa.
Como identificar dificuldades de audição nos pequenos?
Falta de reação a barulhos fortes
Geralmente, as crianças pequenas têm reações de susto com barulhos mais altos, levando-as ao choro ou a algum movimento mais brusco de irritação e desespero.
Se isso não ocorrer, é um sinal de que algo pode estar errado com a audição do pequeno.
Obviamente, este não será o único indício, mas é, certamente, importante. Por isso, se já houver alguma preocupação e desconfiança em relação a isso, pode ser válido um teste, derrubando algum objeto no chão, gerando barulho.
Se perceber que há dificuldade na audição, procure um fonoaudiólogo infantil para avaliação. Nós já falamos aqui, mas vale repetir: quanto antes diagnosticar o problema, melhor.
Falta de resposta aos chamados
A partir de uma determinada idade, cerca de 3 ou 4 meses, já é normal que o bebê identifique os chamados dos pais e a origem dos sons ao redor. Claro que são respostas rústicas e normais de acordo com o desenvolvimento, mas já há o entendimento. Por isso, se não houver nenhuma reação, pode ser um sinal de surdez ou, pelo menos, audição comprometida.
Falta de interesse por objetos animados e que emitem sons
Uma das principais diversões dos bebês é mexer e brincar com objetos barulhentos, que emitem sons e tocam musiquinhas, eles fazem a alegria do pequenino!
Sendo assim, uma das formas de identificar a possível surdez no seu bebê é ficar atento ao comportamento dele com este tipo de brinquedo. Caso mostre total desinteresse, pode ser um sinal de que algum problema existe na audição.
Estas são algumas das formas de, em casa, conseguir identificar uma possível dificuldade de audição.
O diagnóstico do teste da orelhinha não é definitivo e, por isso, é fundamental que os pais fiquem atentos e, a partir de qualquer desconfiança, entrem em contato com um médico especialista para buscar um diagnóstico mais preciso e possíveis tratamentos necessários.
Patrícia Schitkoski é Fonoaudióloga e Audiologista no Instituto do Sono, em Cuiabá (MT)
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