AMEAÇAS E MORTES: Hong Kong prende ativistas em aniversário de massacre chinês

Cerca de uma dezena de pessoas que tentaram homenagear vítimas do massacre da Praça da Paz Celestial foram detidas pela polícia. A polícia de Hong Kong deteve nas últimas 24 horas cerca de uma dezena de pessoas que tentaram homenagear publicamente as vítimas do massacre da Praça da Paz Celestial, que causou milhares de mortes há 34 anos. Por mais de três décadas, tem sido uma tradição para as pessoas na região semiautônoma de Hong Kong comemorar o aniversário da sangrenta repressão ao movimento democrático ocorrida em Pequim em 4 de junho de 1989. No entanto, este ano a comemoração foi silenciada, já que as autoridades da ex-colônia britânica continuam a manter um discurso ambíguo sobre a legalidade dos atos de luto em público.
Os controles mais rígidos de Pequim sobre Hong Kong após o movimento de protesto em toda a cidade em 2019, também tornaram o dia 4 de junho um assunto cada vez mais delicado. Ainda assim, um punhado de ativistas assumiu o risco de expressar seus pensamentos.
Duas mulheres e um homem foram levados pela polícia na popular área comercial de Causeway Bay na tarde deste domingo (04/06). Após realizarem uma revista, os policiais descobriram que o homem, vestido de preto, tinha uma vela na bolsa, enquanto uma das mulheres carregava um pedaço de papel com as palavras "HK Livre" e "Referendo".
"Não esqueçamos o 4 de junho!"
A polícia local também anunciou que, desde a tarde de sábado, quatro pessoas com idades entre 50 e 60 anos foram presas em Causeway Bay por conduta desordeira ou terem adigo com intenção sediciosa. As autoridades policiais disseram que os detidos exibiram itens de protesto "carregados com palavras sediciosas" na área, e que outras quatro pessoas "suspeitas de perturbar a paz pública" foram levadas a uma delegacia de polícia para investigação adicional.
Segundo a mídia local, os quatro presos no sábado eram dois ativistas pró-democracia, um artista e um dentista. Antes de sua prisão, os dois ativistas, com os lábios selados com fita vermelha, silenciosamente seguraram uma placa com a inscrição "jejum", seguindo o convite do ativista Xu Zhiyong, que convocou da prisão um dia de jejum em memória do massacre.
O artista, Sanmu Chan, 60, gritou "pessoas de Hong Kong, não tenham medo" e "não esqueçamos o dia 4 de junho" enquanto era levado por policiais.
A Causeway Bay está localizada perto do maior parque da cidade, Victoria Park, que por mais de 30 anos foi o local da única vigília à luz de velas em grande escala em solo chinês em 4 de junho para comemorar o massacre da Praça da Paz Celestial no mesmo dia em 1989.
"Avó Wong"
A polícia também deteve neste domingo a famosa ativista prodemocracia Alexandra Wong, conhecida como "Avó Wong". Ela portava algumas flores e também estava em Causeway Bay, quando as autoridades a levaram e outras cinco pessoas para uma van.
Durante a pandemia de covid-19 em 2020, a vigília daquele ano e as duas seguintes foram proibidas. O governo argumentou que a medida se devia à situação sanitária. Mas este ano, não mais restrito pela pandemia, a vigília também não foi realizada.
Desde sábado, o Victoria Park está repleto de mais de 200 barracas que vendem produtos de fabricação chinesa como parte de uma "feira de produtos locais" organizada por 26 grupos pró-Pequim. No domingo, vários policiais foram enviados para patrulhar o parque e arredores, e dezenas de viaturas também foram enviadas para a área.
md (EFE, AFP)Caminho Político
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