Levantamento recente do Ministério da Saúde mostra que uma em cada cinco pessoas é obesa (IMC — o peso do paciente dividido pelo quadrado da sua altura — maior que 30) e que mais da metade da população das capitais brasileiras está com sobrepeso (IMC na faixa entre 25 e 29,9). O problema, talvez, comece pela dificuldade em entender que a obesidade é uma doença crônica. Em termos médicos, a obesidade é definida como um depósito de excesso de gordura que prejudica a saúde. O IMC é um dos parâmetros usados para diagnosticar se o indivíduo tem ou não excesso de peso ou obesidade, mas não é o único.
A obesidade é uma doença multifatorial, em que fatores genéticos, metabólicos, sociais, psicológicos e ambientais estão envolvidos. Mas o indivíduo pensa, na maioria das vezes, que a culpa é somente dele, associa o excesso de peso à falta de força de vontade. Acha que remédio pode não ser a solução, que a cirurgia, em si, não tem serventia para ele. Então, dificilmente essa pessoa vai buscar ajuda médica.
O excesso de peso pode não provocar sinais e sintomas antes de chegar aos graus 2 e 3, assim como ocorre com doenças como hipertensão e diabetes, cujos sintomas nem sempre aparecem nas fases iniciais. No entanto, mesmo os estágios iniciais a obesidade pode ter impactos na saúde, como sobrecarga da coluna e dos membros inferiores, facilitando o surgimento de artrose no longo prazo.
Tratamento
A melhor forma de tratar a obesidade é adotar mudanças no estilo de vida, com uma dieta menos calórica aliada a um programa de exercícios físicos, sempre sob a supervisão de um profissional.
Também pode ser feito o uso de medicamentos, desde controladores de apetite até os que reduzem a absorção de gordura pelo organismo.
Para os casos mais graves, pode ser recomendada também a cirurgia bariátrica, especialmente para quem possui o IMC acima de 35 e também ter doenças associadas à obesidade, e para os que têm IMC acima de 40 e não conseguem emagrecer com outros tratamentos.
Em todos os casos, o acompanhamento médico regular é fundamental.
Prevenção
A doença pode ser evitada desde a infância, com a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de esportes ao longo da vida
Impactos da obesidade
O acúmulo de gordura no organismo aumenta o risco de doenças como hipertensão arterial, aumento do colesterol e triglicérides, diabetes, apneia do sono, acúmulo de gordura no fígado, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e pode estar associado ao surgimento de alguns tipos de câncer.
O excesso de peso pode trazer ainda prejuízos para as relações pessoais e profissionais, pois essas pessoas são mais propensas à depressão e ansiedade.
Dr. Marcondes Costa Marques médico especializado em Cirurgia do Aparelho Digestivo, Cirurgia Geral, Gastroenterologia e integra a equipe do IGPA e da Clínica Vida Diagnóstico e Saúde
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