Banco Central eleva taxa Selic para 10,75% ao ano

Alta de 1,5 ponto percentual é a oitava consecutiva e faz com que Selic volte ao patamar de dois dígitos após quatro anos e meio. Objetivo é controlar a inflação, que fechou 2021 muito acima do teto da meta. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (02/02) elevar a taxa Selic de 9,25% ao ano para 10,75% ao ano, uma alta de 1,5 ponto percentual.
É a oitava reunião seguida do Copom que decide por aumentar a Selic. A taxa alcançou os dois dígitos pela primeira vez após quatro anos e meio, e está no seu nível mais alto desde maio de 2017. Quando Jair Bolsonaro tomou posse como presidente, a Selic era de 6,5%.
O comitê informou, em comunicado, que manterá o "ciclo de aperto monetário", mas indicou que as próximas altas da Selic devem ser menos intensas. A próxima reunião do Copom será nos dias 16 e 17 de março.
O comitê ponderou que, se por um lado os efeitos das altas anteriores da Selic serão sentidos nos preços nos próximos meses, por outro risco de descontrole fiscal ao longo do ano podem pressionar a inflação para cima.
"Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avalia que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal segue mantendo elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação", afirmou o comitê.
A alta de 1,5 ponto percentual era esperada por operadores do mercado financeiro.
Inflação alta
A Selic é a taxa básica de juros e o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, pois juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo.
A inflação oficial de 2021 foi de 10,06%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), muito acima do teto da meta para o ano passado, de 5,25%.
Em janeiro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, afirmou em carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que os principais fatores para o estouro da meta de inflação foram a forte elevação dos preços de diversos bens, especialmente das commodities, a bandeira tarifária da energia elétrica acionada a partir de setembro devido à crise energética e desequilíbrios entre a demanda e a oferta de insumos nas cadeias produtivas globais.
O aumento da Selic também amplia o gasto do governo com o pagamentos de juros da dívida pública.
bl (ots)cp
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