Está em vigor a oitava versão do Plano Municipal de Contingência da Covid-19 – Fase de Recuperação, aprovado “ad referendum” no Conselho Municipal de Saúde e publicado na Gazeta Municipal do último dia 23. O plano visa suprir a necessidade de novas estratégias de manejo, atendimento e retomada das atividades após o enfrentamento do novo coronavírus. Com o objetivo de melhorar o atendimento à população (tanto residentes quanto pessoas referenciadas por outros municípios), a versão atual reformula a Política da Rede Assistencial de Saúde do município de Cuiabá. Isso porque a fase de queda nos casos de covid-19 tem se mostrado um cenário propício para reorganizar as Redes de Atenção à Saúde, não apenas através do esforço de medidas de prevenção, testagem e o rastreamento de contatos, mas também reorganizar os serviços para suprir o atendimento das demandas represadas.
O momento atual tem sido considerado como a fase de recuperação desde que observada a queda sustentada no número de casos de covid-19 no município, no estado e no país, voltando aos patamares encontrados no estágio inicial da pandemia.
No entanto, o plano de contingência também ponta para um novo cenário: o de sindemia, neologismo que mistura sinergia com pandemia, cunhado pelo antropólogo médico americano Merril Singer na década de 1990. Segundo esse cientista, a sindemia “implica na presença de um complexo biossocial que consiste na copresença ou na sequência de condições de saúde com os fatores sociais e ambientais que promovem ou incrementam os efeitos negativos das interações entre essas condições, assim, as desigualdades sociais atuam como cofatores na determinação das sindemias”.
Ou seja, o atual cenário demanda novas ações e pactuações intersetoriais para atender tanto aos pacientes acometidos pela covid-19, mas também às pessoas com outras condições de saúde, que, devido às restrições no atendimento de saúde adotadas como forma de evitar o contágio pelo coronavírus ou que deixaram de procurar o serviço pelo receio de contaminação, tiveram suas condições de saúde agravadas e que podem vir a pressionar o sistema de urgência e emergência.
Para dar resposta a isso, o Município de Cuiabá possui uma rede de serviços próprios nas redes de atenção primária e secundária, rede de hospitais próprios e contratualizados e conta também com uma rede de apoio diagnóstico. Essa rede retorna ao atendimento às demais patologias, ficando o Hospital Referência à Covid-19 o único sob gestão municipal com leitos de UTIs e enfermarias covid-19.
Conforme a oitava versão do Plano de Contingência à Covid-19, nesta fase de recuperação, as redes de Atenção Primária e Secundária continuam seguindo os mesmos protocolos das fases de contenção e mitigação, dando suporte para o diagnóstico, acompanhamento e os devidos encaminhamentos à rede hospitalar quando o quadro clínico do paciente assim o demandar.
Após as duas ondas de covid-19 que acarretaram a saturação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no município, a recessão de número de casos possibilita a diminuição da oferta de leitos de enfermaria e de UTIs Covid-19. Por isso, o Hospital São Benedito, desde o final do mês de outubro, voltou a atender somente pacientes não-covid e o HPSMC, que é o atual Hospital Referência à covid-19, deixou de atender exclusivamente casos de covid-19 e passou a disponibilizar, desde o último dia 16 de novembro, parte de sua capacidade a outras patologias.
Assessoria/Caminho Político
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