FLORESTA DE PÉ: Curso promove facilitação de processos para agricultura familiar sustentável no Estado
Técnicas que resultem na melhoria da comunicação individual e coletiva com os beneficiários da agricultura familiar e de povos e comunidades tradicionais de Mato Grosso. Essa é a proposta do curso de Moderação e Facilitação de Processos Participativos que ocorre nesta semana, de 4 a 8 de outubro, no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá. Tendo como público-alvo técnicos extensionistas da Empaer (Empresa Mato Grossense de Pesquisa Assistência e Extensão Rural) e técnicos parceiros dos projetos da chamada 03.2020, a capacitação é oferecida pelo Programa REM MT [Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, do inglês, REDD para Pioneiros] em parceria com a Cooperação Técnica Alemã (GIZ).
No curso, os extensionistas foram capacitados para atuarem em medidas que resultem no aprimoramento das atividades coletivas dos agricultores e instituições envolvidas com as cadeias produtivas da agricultura familiar do estado (pecuária leitura, hortaliças, fruticultura e extrativismo não madeireiro).
“Estamos aqui para desenvolver habilidades técnicas, como aprimorar o serviço de ATER com técnicas de facilitação de processos, para conduzir reuniões, workshops, seminários… como preparar, como ser mais inovador conduzindo esses processos junto aos agricultores familiar”, explica Fragoso Júnior, consultor técnico contratado pela GIZ para ministrar o curso.
O serviço de ATER mencionado por Fragoso, trata-se de Assistência Técnica e Extensão Rural da Empaer. Sua finalidade é prestar orientações aos produtores rurais em suas diversas unidades locais espalhadas pelo estado. Nessas unidades encontram-se extensionistas rurais que lidam diretamente com o pequeno agricultor.
Soluções para os produtores
Pamella Rubio, de 25 anos, compõe esse quadro da ATER pública. Extensionista há sete anos, ela ficou muito empolgada com as metodologias oferecidas no curso de facilitação e não vê a hora de aplicá-las para realidade dos produtores de pecuária leiteira de Nova Canaã do Norte, região de Alta Floresta (789 KM ao Norte de Cuiabá).
“Essas novas técnicas vão agregar e muito no meu trabalho com os produtores, no sentido da gente construir soluções que tragam melhorias às propriedades nos mais variados aspectos, sejam eles econômicos, sociais e ambientais. O interessante é que as orientações repassadas no curso permitem fazer um mapeamento e um diagnóstico mais completo das propriedades, pensando nas especificidades dos produtores. Além de também permitir atuar de maneira coletiva para resolver os problemas. Estou muito empolgada para aplicar essas técnicas na prática”, destaca a extensionista da Empaer.
Em Nova Canaã do Norte, Pamella trabalha com 150 propriedades de pecuária leiteira apoiadas pelo Programa Rem MT. As propriedades possuem entre 25 a 30 hectares e estão localizadas numa região de grande pressão por desmatamento, principalmente relacionado a pecuária extensiva. “Trabalhar com essas técnicas consequentemente também vai ajudar os produtores a desenvolver conhecimentos quanto à importância de produzir e manter a floresta de pé”, acrescenta Pamella.
Apoio
O curso de Moderação e Facilitação de Processos Participativos foi concebido pelo Programa REM MT e a Cooperação Técnica Alemã (GiZ). O REM atua na logística do evento, proporcionando o espaço para os dias de capacitação, bem como diárias para os extensionistas se deslocarem até o evento.
O coordenador do Subprograma Agricultura Familiar de Povos e Comunidades Tradicionais (AFPCTs) do REM MT, Marcos Balbino, detalha que o curso é uma complementação da capacitação na metodologia Value Link, que é utilizada para o mapeamento das cadeias de valor de produtos da sociobiodiversidade de Mato Grosso.
“Um dos eixos de ação do Programa REM é justamente o aprimoramento dos serviços de assistência técnica e extensão rural. São cursos voltados para o desenvolvimento técnico para aumentar a eficiência de comunicação com produtores beneficiários do REM, e consequentemente, melhorar as atividades produtivas em suas comunidades ”, explica Balbino.
O que é o REM?
O Programa REM MT (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal, do inglês, REDD para Pioneiros) é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado do Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento nos últimos anos (2006-2015).
A iniciativa beneficia aqueles que contribuem com ações de conservação da floresta, como os agricultores familiares, as comunidades tradicionais e os povos indígenas, bem como fomentar iniciativas que estimulam a agricultura de baixo carbono e a redução do desmatamento, a fim de reduzir as emissões de CO2 no planeta.
O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestor financeiro o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).
O que é a GIZ?
A GIZ [cooperação técnica alemã] é uma organização internacional de 50 anos que atua com projetos econômicos de desenvolvimento sustentável em todo mundo. Em Mato Grosso, o trabalho se dá junto ao Programa REM com objetivo do uso sustentável da terra e redução do desmatamento no estado.
Marcio Camilo/Caminho Político
@caminhopolitico @cpweb
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