O projeto quer fomentar o ensino e aprendizagem da música no município de Cuiabá. “Chocalho deve ser tocado com vontade”, já dizia Emicida e vontade é o que não falta ao grupo de mulheres que se reúne as quintas-feiras, no Museu da Imagem e do Som (Misc) para aprender a tocar xequerê, instrumento musical de percussão de origem africana. As aulas são gratuitas, direcionadas apenas para mulheres e fazem parte do projeto Misc Sonoro, executado pela Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer.
“A vida não é só trabalho e é preciso investir na qualidade de vida das pessoas por meio da cultura, do lazer. Nossa gente é alegre, festeira, cheia de talento e é isso que o projeto Misc Sonoro quer explorar, esses talentos adormecidos que perpetuam nossas origens e levam mais alegria ao dia a dia”, disse o prefeito Emanuel Pinheiro.
O projeto MISC Sonoro quer fomentar o ensino e aprendizagem da música no município de Cuiabá, ocupando um espaço bastante representativo para a cultura local e para o segmento musical, que é o Museu da Imagem e do Som (MISC).
“A gestão Emanuel Pinheiro, por meio da Secretaria de Cultura está buscando cada vez mais ocupar os espaços públicos com arte, com esporte, com cultura e o Misc é a nossa casa da música, além de um prédio histórico é um local acolhedor e inspirador, que aceita as mais variadas manifestações culturais”, disse a secretária de Cultura, Esporte e Lazer, Carlina Rabello Leite Jacob.
Direcionado apenas as mulheres e executado às quintas-feiras, sempre às 19h, em quatro encontros, o curso de xequerê, instrumento de percussão de origem africana é ministrado pela cantora, compositora e multi-instrumentista, Josi Crispim, coordenadora do projeto MISC Sonoro. Ao fim do ciclo de quatro aulas, novas turmas são abertas.
A professora Josi Crispim conta que a oficina nasceu da vontade das mulheres em batucar. “Os xequerês ficavam aqui no Misc, eles pertencem a ala de xequerês do grupo Lavagem das Escadas São Benedito e Rosário. O que existe é só os instrumentos, faltavam as mulheres para compor a ala. Ai eu me reuni com as mulheres do Tambores de Maria Taquara e iniciamos a oficina. A intenção, é formar dois grupos de sete mulheres cada, para se apresentar junto com o pessoal da Lavagem”, comentou a professora.
De dentro do cômodo térreo do casarão do Misc, se escutava o balançar do xequerê: xiquexique xiquexieque xiquexique. Ao perceber o som percorrendo o pátio, as mãos do percussionista Pierre alcançaram o tambor que soou: Tundundundun dundundun. Cristovão Luiz, coordenador do Museu chegou para acompanhar e marcar o compasso dos dois instrumentos com o tilintar do agogô e o som ficou mais ou menos assim: Tundundundun xique dundun xique tundun dundundun xiquexique tundundundun. Ou quase isso.
Cerca de oito mulheres em roda balançavam seus xequerês e enquanto giravam, gingavam movimentando os pés, ora para frente, ora para trás. O instrumento é feito de cabaças, quanto maior o corpo vibratório, mais grave o som. O tipo de trançado das miçangas que os revestem também influencia.
“Eu vim a convite da professora Josi, faço parte do grupo Tambores de Mari Taquara. Tenho muita dificuldade com instrumentos de percussão, mas as aulas de xequerê são tão didáticas que ficou fácil aprender. Eu não conhecia o Misc e achei muito legal o ambiente. Acho importante esse resgate cultural por meio da oficina, porque faz parte da história de Cuiabá”, disse Miriam Toshiko, de 48 anos, uma das alunas da oficina.
Participação especial
Nesta quinta-feira (05), a diretora musical, maestrina de blocos de carnaval, educadora musical, percussionista e produtora Thaís Bezerra participa via Google Meet de uma conversa com as alunas do curso de xequerê sobre a ocupação de espaços por mulheres no ramo da música, como musicistas de instrumentos até mesmo vistos como masculinos, além de contar um pouco do caminho das mulheres na percussão e a inserção do xequerê como instrumento integrante de grandes escolas de samba.
Thaís Bezerra ministrou curso para educadores na Finlândia e também aulas em escolas públicas. É co-fundadora e maestrina do Multibloco (fundado em 2008), co-gestora e maestrina do Bloco da Terreirada Cearense (desde 2015).
Outros instrumentos
No Misc Sonoro também são ministradas aulas de violão e flauta com Josi Crispim. São 20 vagas para cada uma das três turmas e os cursos acontecem as terças e quintas, das 14h às 15h para iniciantes em violão, das 15h30 às 16h30 de flauta para crianças de 08 a 12 anos e das 17h às 18h para intermediários em violão.
Apenas o curso de flauta possui vagas em aberto e para quem deseja se inscrever, basta preencher o formulário AQUI.
Assessoria/Caminho Político
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