CONSELHO DAS MULHERES: Primeira delegada da mulher e ativista dos direitos humanos vencem 6º Prêmio Ruth Marques
O Conselho Estadual de Direitos da Mulher (CEDM/MT) elegeu na sexta-feira (21) as duas homenageadas na 6ª Edição do Prêmio Ruth Marques Corrêa da Costa – 2021. As vencedoras deste ano são a delegada aposentada Miedir Sant’Ana da Silva, 80 anos, e a professora Eliana Aparecida Vitaliano, em memória, que morreu em março deste ano vítima de covid-19. “Miedir e Eliana são mulheres que coroam toda uma história de luta pelos direitos humanos das mulheres, ambas com contribuições muito importantes para Cuiabá e Mato Grosso. Premiar essas mulheres é fortalecer a luta feminina, reconhecer histórias de resistência e de proatividade em nome da igualdade, além de estimular que mais mulheres se engajem em nome dos nossos direitos e de uma sociedade mais harmoniosa”, avalia a presidente do CEDM, Glaucia Amaral.
A homenageada Miedir Sant’Ana da Silva é cuiabana e marcou a história como a primeira delegada da Delegacia da Mulher de Mato Grosso. Em 1977 ela ingressou na Polícia Judiciário Civil e foi a responsável pela implantação da Delegacia Especializada de Menores de Cuiabá, onde trabalhou até 1986. Ela se aposentou em 1995, mas continuou atuante na defesa das mulheres, sendo que em 2002 ela implantou a Casa de Amparo para vítimas de violência, em Cuiabá.
Miedir sentiu na pele o fato de ser mulher, negra e uma defensora dos direitos humanos, principalmente, por protagonizar uma luta para amenizar a violência contra as mulheres. Em depoimento ao CEDM, a delegada aposentada conta que, enquanto estava à frente da primeira Delegacia da Mulher, em Cuiabá, ia até a casa dos agressores só para mostrar que as vítimas não estavam desamparadas e que o trabalho da delegacia estava tendo continuidade.
Defensora dos imigrantes
Escolhida personalidade do ano, em memória, a professora Eliana Aparecida Vitalino, tinha 57 anos quando foi contagiada pelo novo coronavírus e não resistiu após 10 dias de internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Educadora por vocação, Eliana foi professora, diretora e proprietária de uma instituição de ensino infantil e fundamental, em Cuiabá. Entre 2004 e 2005, Eliana foi presidente do Conselho Municipal de Assistência Social. Em seguida coordenou a Casa de Amparo às Mulheres Vítimas de Violência. Em seu histórico também está a atuação como conselheira titular do Conselho de Direitos da Pessoa Humana de Mato Grosso.
Em 2001, Eliana começou sua atuação na pastoral dos Migrantes ligada à Igreja Católica e que tem forte atuação em Cuiabá no acolhimento de pessoas vindo de outros países como Haiti e Venezuela.
Com uma vasta atuação em luta dos direitos humanos, Eliana se desdobrava em várias frentes de trabalho e organizações para amparar e acolher o maior número de pessoas possível, razão que a levou a receber o Prêmio Ruth Marques Corrêa da Costa.
Assessoria/Caminho Político
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