MÊS MUNDIAL DA LUTA CONTRA O CÂNCER: “Precisamos ter consciência de que o câncer não espera”, alerta oncologista
Pandemia trouxe consequências drásticas na prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer. A pandemia de Covid-19 não tem precedentes e levou a reduções drásticas nas consultas médicas não urgentes – tanto em Mato Grosso quanto Brasil afora. Contudo, o adiamento dessas visitas tem um impacto crítico na saúde da população, inclusive no diagnóstico tardio de casos de câncer. O quadro se agrava ainda mais quando o tratamento pós-diagnóstico é postergado devido ao medo em relação à Covid-19 e/ou falta de suporte clínico.
De acordo o médico oncologista do Hospital São Mateus, Rogério Leite, que é cirurgião oncológico e cirurgião de cabeça e pescoço, esta influência da pandemia na saúde da população serve de alerta para o Mês Mundial da Luta Contra o Câncer (celebrado em 8 de abril). “Para começo de conversa, precisamos ter consciência de que o câncer não espera. Pelo contrário, ele continua a existir e é a segunda maior causa de mortalidade no mundo, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. A população tem que se conscientizar disso”.
Tal panorama é reforçado pela estimativa da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), que apontou que apenas nos primeiros meses da pandemia 70% das cirurgias oncológicas foram adiadas e que entre 50-90 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer em virtude da não realização de exames essenciais, como a biópsia, para identificar a doença.
“As pessoas estão com mais medo da Covid-19 do que do câncer. Estão com receio de que as clínicas e hospitais sejam ambientes mais propensos ao contágio. Mas, por exemplo, ir ao supermercado pode ser até mais perigoso, considerando que muitas vezes não se tem o constante e intenso cuidado, como acontece nos hospitais. Enquanto há esse ‘bloqueio psicológico’, elas estão adiando idas ao médico para diagnósticos e deixando tratamentos para depois. Quem garante que isso é mais seguro? Só um profissional pode aconselhar algo nesse sentido”, pondera o médico oncologista.
Conforme explica Rogério Leite, existem mais de 200 tipos de câncer no mundo e nem todos respondem da mesma maneira ao progresso do tempo. “Um tipo de câncer pode não evoluir muito em questão de dois meses, enquanto outro tipo sim. Sendo assim, a espera pode tornar casos curáveis em incuráveis, bem como transformar tratamentos menos invasivos em mais invasivos – influenciando no desfecho clínico. Ou seja, não podemos esperar a pandemia passar. Vá ao médico”.
Outro ponto a ser considerado é a quantidade crescente de casos no país. “O Inca (Instituto Nacional de Câncer) prevê cerca de 625 mil novos casos de câncer por ano. Aí, você pensa na quantidade similar que já está diagnosticada e deveria estar em tratamento. É um número muito grande de pessoas. Também precisamos pensar no suporte para esse atendimento, inclusive para casos de alta complexidade – que exigem, por segurança, disponibilidade de vaga em UTIs”, sinaliza.
SERVIÇO – Mais informações, agendamentos de consulta e esclarecimentos sobre dúvidas em relação aos serviços do Hospital São Mateus: http://hmsm.com.br/ ou pelas redes sociais no Facebook (hospitalsaomatuescuiaba) e Instagram (@hops_saomateus) ou pelo telefone: (65) 2051-2222.
Assessoria/Caminho Político
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