PANDEMIA: "Brasil precisa levar pandemia a sério", diz OMS

Organização da
Mundial da Saúde diz que situação no Brasil é "muito preocupante" e pede que governo tome medidas "agressivas". Do contrário, país vai afetar vizinhos e até nações fora da América Latina. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta sexta-feira (05/03) que o avanço da pandemia de covid-19 no Brasil é "muito preocupante" e instou o governo federal a tomar medidas "agressivas". "O Brasil deve levar esta luta muito a sério", disse Ghebreyesus, acrescentando que são fundamentais medidas para interromper a transmissão.
"Se o Brasil não agir de forma forte vai afetar todos os vizinhos e além. Não é sobre o Brasil. Medidas de saúde sérias são muito importantes", disse, citando o "aumento contínuo" de casos em fevereiro, mas também do número de mortes. Nesta semana, o Brasil registrou um novo recorde diário de mortes por covid-19 e seguidas marcas de mais de 1.500 óbitos por dia. Também registrou um novo recorde de novos casos da doença nesta sexta-feira. A rede de saúde de vários estados está à beira do colapso.
Na mesma linha de Tedros, Mike Ryan, principal especialista em emergências da OMS, disse que "agora não é hora de o Brasil ou qualquer outro lugar relaxar".
"Achamos que já saímos disto. Não saímos", disse Ryan. "Países regredirão para um terceiro e um quarto surto se não tomarmos cuidado. A chegada da vacina traz esperança, mas não devemos achar que o pior já passou. Isso só faz o vírus se espalhar mais", disse.
Mesmo diante desse quadro, o governo de Jair Bolsonaro tem agido para enfraquecer medidas de isolamento impostas por estados e municipios, alegando que isso prejudica a economia. Nesta semana de recordes de mortes, Bolsonaro afirmou que é preciso parar de "frescura" e "mimimi" em meio à pandemia e perguntou até quando as pessoas "vão ficar chorando?". Ele ainda chamou de "idiotas" as pessoas que vêm pedindo que o governo seja mais ágil na compra de vacinas.
Ao longo da pandemia, Bolsonaro minimizou frequentemente os riscos do coronavírus, além de promover curas sem efiácia e tentar sabotar iniciativas paralelas de vacinação lançadas em resposta à inércia do seu governo na área.
jps (ots, lusa)CP
@CaminhoPolitico

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