CORONAVÍRUS: União Europeia começa distribuição de vacina contra covid-19

Inoculante da parceria entre Biontech e Pfizer chega aos países do bloco. Estados alemães recebem primeiros lotes e preparam campanha de imunização, que inicia neste domingo. As primeiras doses da vacina contra o coronavírus produzida pela parceria entre o laboratório alemão Biontech e a farmacêutica americana Pfizer começaram a chegar na manhã deste sábado (26/12) aos países da União Europeia. Os primeiros lotes foram recebidos em carregamentos que chegaram de caminhão em países como Itália, Espanha, Áustria, França, Polônia, República Tcheca e Holanda, vindos do centro de produção na Bélgica.
Na Alemanha, lotes do imunizante começaram a ser despachados para os 16 estados federais também neste sábado, segundo informação divulgada pela agência de notícias DPA, um dia antes de o país iniciar um programa de imunização em larga escala.
A Hungria já começou neste sábado a vacinar trabalhadores do setor de saúde, horas após o país receber as primeiras doses, conforme informação do governo húngaro divulgada pela agência de notícias Reuters.
"Momento de unidade"
Na véspera do início das vacinações em toda a União Europeia, a Comissão Europeia descreveu o lançamento da campanha de vacinação como "um momento tocante de unidade".
"A vacina está sendo disponibilizada ao mesmo tempo para todos os países da UE. E as pessoas vão começar a tomar a vacina em Atenas, Roma, Helsinque e Sofia, só para citar alguns", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em mensagem de vídeo divulgada na mídia social neste sábado.
"As vacinações nos ajudarão a retomar nossas vidas normais, gradualmente", afirmou, ao mesmo tempo em que apelou para que os 450 milhões de residentes da UE mantenham as precauções, para ajudar a prevenir a propagação da pandemia.
Von der Leyen disse esperar que outras vacinas sejam aprovadas pelas autoridades reguladoras do bloco, e que doses suficientes foram asseguradas para inocular todos os residentes da UE nos próximos meses.
A União Europeia, que aprovou a vacina da parceria entre Biontech e Pfizer no início desta semana, garantiu a obtenção de mais de 300 milhões de doses do inoculante das duas empresas.
Alemanha
Inicialmente, dezenas de milhares de doses estão sendo enviadas neste sábado pela Biontech para 27 locais em todos os 16 estados da Alemanha, onde são, então, distribuídas para centros de vacinação e equipes móveis, que iniciarão as primeiras vacinações no domingo.
Acondicionadas em pequenos frascos, as doses são transportadas em duas caixas térmicas especiais. A vacina deve ser mantida a uma temperatura de 70 graus Celsius negativos.
O primeiro grupo a ser vacinado na Alemanha é o dos idosos com mais de 80 anos, residentes de asilos, os que necessitam de cuidados especiais e os cuidadores dessas pessoas. Médicos e enfermeiros que estão muito expostos ao coronavírus também estão neste primeiro grupo. A estimativa do governo alemão é que somente a vacinação desse grupo deverá durar de um a dois meses.
A previsão das autoridades é que entre 11 e 12 milhões de doses da vacina estejam disponíveis até março, o que seria o suficiente para vacinar entre 5,5 e 6 milhões de pessoas, já que o imunizante tem que ser administrado em duas doses.
O governo alemão espera poder disponibilizar a vacinação contra o coronavírus para todos os residentes do país até o começo do segundo semestre.
Quase dois terços querem tomar vacina
Quase dois terços dos alemães demonstraram vontade de se vacinar contra a doença, de acordo com uma pesquisa do instituto YouGov publicada nesta sexta-feira.
Como grande parte do mundo, a Alemanha está no meio de uma segunda onda da pandemia, que começou em outubro.
O feriado de Natal não diminuiu a disseminação do vírus. O Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental para o controle e prevenção de doenças infecciosas, registrou neste sábado 14.455 novos casos nas últimas 24 horas.
A cifra equivale a menos da metade da registrada há uma semana. Entretanto, o RKI alerta que durante o feriado de Natal não só foram realizados menos testes, como também foram comunicados menos dados pelos centros sanitários regionais.
A Alemanha está há 11 dias em um lockdown rigoroso, que durará pelo menos até 10 de janeiro. O país registrou 1,6 milhão de casos e quase 30 mil mortes em decorrência da covid-19 desde o início da pandemia.
MD/dpa/rtr/cp
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