“Alguns prefeitos e prefeitas que tiveram bom desempenho na pandemia foram reeleitos, e os partidos tradicionais voltaram à cena”, disse Denise Paiva, da Universidade Federal de Goiás. No número geral de prefeitos eleitos no domingo (15) – contando todas as cidades, não só as capitais –, MDB (774), PP (682) e PSD (650) ocupam as três primeiras posições. A seguir vêm PSDB (512) e Democratas (459). A cientista política Denise Paiva, da Universidade Federal de Goiás (UFG), destacou a manutenção da liderança do MDB na disputa municipal, assim como o crescimento do Democratas, que, segundo ela, voltou a ocupar o espaço que tinha há alguns anos. A professora também salientou o fato de o Psol ter passado para o segundo turno em duas capitais (Belém e São Paulo).
“Se, por um lado, em 2018, a gente teve uma ênfase nos candidatos da 'antipolítica', ou um ativo de alguns candidatos serem ou se autodenominarem outsiders, neste ano o eleitor votou de forma mais pragmática”, comentou. “Alguns prefeitos e prefeitas que tiveram bom desempenho na pandemia foram reeleitos, e os partidos tradicionais voltaram à cena”.
Capitais
Sete capitais já sabem quem assume a prefeitura em 2021. Em Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Florianópolis, Natal, Palmas e Campo Grande, a eleição foi decidida em turno único. Nas outras 18 capitais, a disputa continua até o dia 29 de novembro. Brasília não tem eleição municipal, e Macapá teve a votação adiada por causa dos problemas no abastecimento de energia elétrica.
Confira as capitais onde os prefeitos já foram escolhidos:
Belo Horizonte: Alexandre Kalil (PSD) foi reeleito.
Campo Grande: Marquinhos Trad (PSD) foi reeleito.
Curitiba: Rafael Greca (DEM) foi reeleito.
Florianópolis: Gean Loureiro (DEM) foi reeleito.
Natal: Álvaro Dias (PSDB) foi reeleito.
Palmas: Cinthia Ribeiro (PSDB) foi reeleita. A capital do Tocantins era a única do País com menos de 200 mil eleitores – e, por isso, não poderia ter segundo turno.
Salvador: Bruno Reis (DEM) foi eleito em primeiro turno com cerca de 64% dos votos.
Onde haverá segundo turno:
Aracaju: Edvaldo Nogueira (PDT) x Danielle Garcia (Cidadania).
Belém: Edmilson Rodrigues (Psol) x Delegado Eguchi (Patriota).
Boa Vista: Arthur Henrique (MDB) x Ottaci (Solidariedade).
Cuiabá: Emanuel Pinheiro (MDB) x Abílio Júnior (Podemos).
Fortaleza: Sarto Nogueira (PDT) x Capitão Wagner (Pros).
Goiânia: Maguito Vilela (MDB) x Vanderlan Cardoso (PSD).
João Pessoa: Cícero Lucena (Progressistas) e Nilvan Ferreira (MDB).
Maceió: Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) x JHC (PSB).
Manaus: Amazonino Mendes (Podemos) x David Almeida (Avante).
Porto Alegre: Sebastião Melo (MDB) x Manuela d'Ávila (PCdoB).
Porto Velho: Hildon Chaves (PSDB) x Cristiane Lopes (PP).
Recife: João Campos (PSB) x Marília Arraes (PT).
Rio Branco: Socorro Neri (PSB) x Tião Bocalom (PP).
Rio de Janeiro: Eduardo Paes (DEM) x Marcelo Crivella (Republicanos).
São Luís: Eduardo Braide (Podemos) x Duarte Júnior (Republicanos).
São Paulo: Bruno Covas (PSDB) x Guilherme Boulos (Psol).
Teresina: Dr. Pessoa (MDB) x Kleber Montezuma (PSDB).
Vitória: Delegado Pazolini (Republicanos) x João Coser (PT).
Abstenção
Por causa da pandemia de Covid-19, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Roberto Barroso, previa uma abstenção de 30 a 35% do eleitorado. A porcentagem final de pessoas que não compareceram às urnas, no entanto, foi de pouco mais de 23%. Em 2018, o índice foi de 20,32%.
Problemas de tecnologia afetaram o dia de votação. O aplicativo e-título, criado para substituir o título em papel e também para ser uma ferramenta de justificativa da ausência às urnas, ficou instável durante todo o domingo de eleição. Houve tentativas de ataques cibernéticos ao sistema do TSE. E um defeito técnico na totalização dos votos fez com que a apuração atrasasse mais de três horas em relação às eleições de 2018.
Luiz Roberto Barroso afirmou que, mesmo com o atraso, “não houve qualquer risco para a integridade do sistema e para a fidedignidade dos resultados”.
Apesar dos problemas tecnológicos, o primeiro turno das eleições municipais foi considerado calmo. Menos de 1% das urnas eletrônicas precisaram ser substituídas, e não houve necessidade de utilizar cédulas de papel. A maioria das ocorrências policiais foi provocada por boca de urna, compra de votos, propaganda e transporte de eleitores.
Reportagem - Cláudio Ferreira
Edição - Marcelo Oliveira
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Caminho Político
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