Em apenas 24 horas, foram mais de 307 mil casos. Nova cifra foi impulsionada por Estados Unidos, Índia e Brasil, mas OMS alerta Europa para possível aumento de mortes na Europa em outubro e novembro.O mundo registrou no domingo (13/09) o recorde diário de casos de covid-19: foram contabilizadas 307.930 novas infecções, a maior cifra desde o começo da pandemia, segundo informou a Organização Mundial da Saúde (OMS). O aumento foi impulsionado, principalmente, por Índia, Estados Unidos e Brasil, os três países com maior número de casos. No total, o mundo já contabiliza mais de 29 milhões de infecções por covid-19, de acordo com dados da universidade americana Johns Hopkins. No domingo, em 24 horas, foram 5.537 mortes, elevando o total para 917.417.
De acordo com a OMS, o recorde diário anterior havia sido registrado em 6 de setembro, quando foram haviam sido contabilizados 306.857 casos em 24 horas. O dia com o maior número de mortes foi 17 de abril, quando 12.430 óbitos foram registrados.
O número de casos segue em elevação em várias partes o mundo, incluindo na Europa, onde as altas cifras preocupam autoridades. Nesta segunda-feira, o diretor-regional da OMS na Europa, Hans Kluge, alertou que o número de mortes por covid-19 no continente deve subir em outubro e novembro, durante o outono, refletindo a alta nos casos.
"Vai ficar mais difícil. Em outubro e novembro veremos uma mortalidade maior", declarou Kluge à agência de notícias AFP. "Estamos num momento em que os países não querem ouvir este tipo de má notícia, e eu compreendo", completou o diretor-regional da OMS para a Europa.
Kluge também alertou sobre colocar muitas expectativas no desenvolvimento de uma vacina. "Eu ouço o tempo todo: 'a vacina vai acabar com a epidemia'. Claro que não!", afirmou. "Não sabemos nem se a vacina será eficaz em todas as camadas da população. Alguns sinais que recebemos indicam que ela será eficaz para uns, mas não para todos", sublinhou o médico belga. "E se, de repente, tivermos que desenvolver vacinas diferentes, será um pesadelo logístico", acrescentou.
O número de casos na Europa vem aumentando de forma acentuada há várias semanas, especialmente em países como Espanha e França. Apesar disso, o número de óbitos até o momento vem se mantendo estável. Os 55 países membros da OMS Europa se reúnem nesta segunda e terça-feira para discutir a pandemia e acordar estratégias para os próximos cinco anos.
Neste domingo, o Reino Unido registrou, pelo terceiro dia consecutivo, mais de 3 mil casos confirmados de coronavírus em 24 horas – tal sequência não era vista desde maio. Foram 3.330 novas infecções, elevando para 10 mil o total dos últimos três dias, informou o Departamento de Saúde britânico. O número diário de infecções mais que dobrou em comparação com algumas semanas atrás, gerando preocupações de uma segunda onda.
A França é outro país que tem registrado altas preocupantes nos casos. Autoridades francesas reportaram mais de 10.500 novas infecções neste sábado, mil a mais que o registrado na véspera. O número diário é o mais alto no país desde o início da pandemia. O número de pacientes hospitalizados também voltou a crescer. Segundo dados de sábado, 2.432 pessoas foram internadas com o vírus – 75 a mais que no dia anterior. Desses, 417 pacientes estão em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Na Áustria, o chanceler federal Sebastian Kurz afirmou neste domingo que o país está enfrentando o "início de uma segunda onda" e, por isso, pediu aos cidadãos que cumpram as medidas recém-endurecidas pelo governo para conter a recente alta nos casos.
A República Tcheca bateu seu terceiro recorde consecutivo de casos diários neste domingo, ao registrar 1.541 infecções em 24 horas. Foi ainda o quinto dia seguido com mais de mil novos casos, num país com 10,7 milhões de habitantes.
Aumento de casos em todo mundo
Também no domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que o país decidiu impor seu segundo confinamento obrigatório em nível nacional, como resposta a um aumento das infecções pelo coronavírus. A medida valerá por três semanas a partir da próxima sexta-feira. Israel é o primeiro país a reimpor a quarentena em todo seu território.
A princípio, o confinamento se estenderá por toda a temporada de feriados judaicos, com início em 18 de setembro, dia em que se comemora o Ano Novo Judaico, e fim em 9 de outubro, ao fim da semana de festividades conhecida como Sucot.
O premiê destacou que o "objetivo é interromper o aumento [nos casos de covid-19] e reduzir o contágio". O país ultrapassou a marca de 4 mil novas infecções por dia.
Na Indonésia, cerca de 10 milhões de habitantes da capital, Jacarta, terão de respeitar novamente medidas de isolamento social a partir desta segunda-feira por pelo menos duas semanas. A cidade acumula mais de 54 mil casos desde o início da pandemia, quase um quarto do total nacional. A medida foi tomada devido à preocupação com um possível colapso do sistema de saúde, já com sérias limitações de capacidade.
Na Nova Zelândia, o governo anunciou nesta segunda-feira a prorrogação das medidas de restrição até pelo menos 21 de setembro em todo o território.
LE/rtr,afp,efe,ots/cp
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