
"Todas as infecções por Sars-Cov-2 têm uma impressão digital diferente, um código genético. As pessoas podem carregar restos do vírus por muito tempo após a infecção ocasionalmente liberar um pouco de RNA [ácido ribonucleico]", detalhou Koopmans para a emissora holandesa NOS.
Por precaução, a virologista holandesa se recusou a detalhar os sintomas do paciente reinfectado porque, segundo ela, é necessário ver a real frequência que a repetição do contágio pode ocorrer.
"As infecções respiratórias podem ocorrer duas ou mais vezes. Sabemos que uma pessoa não está protegida para o resto da vida se tiver sido infectada uma vez e é isso que esperamos com a covid-19", disse Koopmans.
Na Bélgica, por sua vez, o virologista e consultor de saúde do governo belga Marc Van Ranst confirmou que uma cidadã belga contraiu o coronavírus pela primeira vez na segunda semana de março e novamente em junho.
Depois de analisadas as amostras do vírus, os pesquisadores concluíram que se trata de duas cepas diferentes do vírus, acrescentou o cientista em declarações à emissora belga VTM News.
"Trata-se de uma mulher que sofreu uma segunda recaída três meses após a primeira infecção. Fomos capazes de examinar geneticamente esse vírus em ambos os casos e temos dados suficientes para determinar que se trata de outra cepa", disse Van Ranst. A cidadã belga apresentou apenas sintomas leves e não precisou ser hospitalizada – sua evolução tem sido favorável.
Van Ranst afirmou que em casos como a da mulher belga, em que os sintomas da covid-19 eram relativamente leves, o corpo pode não ter criado anticorpos suficientes para prevenir uma reinfecção, embora estes possam ter ajudado a limitar o impacto da doença no segundo contágio.
Para confirmar um caso de reinfecção de um paciente, os cientistas precisam provar que os códigos de RNA do primeiro contágio são diferentes dos registrados no segundo contágio – e este parece ser o caso dos pacientes em Hong Kong, Holanda e Bélgica.
A questão a ser abordada agora pelos cientistas é a durabilidade média da imunidade, depois que estudos descobriram que as pessoas com sintomas mais graves têm mais anticorpos do que pessoas com sintomas leves. A virologista Koopmans alerta, porém, que embora "o fato de alguém ter acumulado anticorpos não significa que fique imune".
PV/efe/dpa/rtr/cp
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