Simulação do Greenpeace mostra o que poderia acontecer se a Alemanha fosse atacada com armas nucleares. Além de óbitos causados por efeitos imediatos da radiação, milhares morreriam posteriormente de câncer. Um ataque nuclear nas maiores cidades Alemanha poderia causar a morte de até 500 mil pessoas, revelou um estudo do Greenpeace divulgado nesta quarta-feira (05/08).
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores simularam três ataques no país e calcularam o número de óbitos resultante diretamente da bomba e o de doenças desenvolvidas ao longo dos anos, como o câncer. Os números são os resultados de uma simulação de software realizada pela física alemã Oda Becker em nome da organização ambiental. A simulação calculou as consequências dos ataques com bombas nucleares em determinadas áreas da Alemanha. A simulação examinou três cenários possíveis.
No primeiro, considerou-se os efeitos de um ataque nuclear em Berlim, centro político e capital da Alemanha. Uma bomba relativamente pequena com uma carga explosiva de 20 quilotons – semelhante à força explosiva de 20 mil toneladas de dinamite – mataria cerca de 145 mil pessoas imediatamente.
Destas 145 mil mortes, 25 mil pessoas seriam mortas pela resultante pressão e onda de calor da explosão, enquanto os restantes 120 mil óbitos seriam consequências dos efeitos da radiação nuclear nas áreas circundantes. "Além disso, haverá mais de 50 mil mortes posteriores devido ao câncer", afirmou o relatório.
O segundo cenário estimou que cerca de meio milhão de pessoas morreriam instantaneamente com a explosão de uma bomba nuclear de 550 quilotons em Frankfurt, o centro financeiro da Alemanha. Pouco mais da metade das vítimas seria morta pelas ondas de calor e pressão, e o restante pelos efeitos imediatos da radiação.
Um terceiro cenário considera os efeitos de um ataque à base aérea alemã de Büchel, no oeste do país, onde, segundo relatos não oficiais, os Estados Unidos armazenam armas nucleares com uma força explosiva de 170 quilotons cada. Nesse caso, o software estimou um total de 130 mil mortes imediatas, com cerca de 107 mil dos óbitos em consequência da precipitação radioativa.
Becker alertou que a simulação não pode prever todas as circunstâncias. "Os números podem estar altos demais. Mas eles também podem estar baixos demais", destacou.
O Greenpeace encomendou o estudo para avançar na "discussão necessária de um mundo livre de armas nucleares".
O 6 de agosto de 2020 marca o 75º aniversário da data em que os Estados Unidos lançaram uma bomba nuclear sobre a cidade japonesa de Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial. O ataque matou instantaneamente 70 mil pessoas. Foi a primeira arma nuclear usada numa guerra.
Em um protesto contra armas nucleares, seis ativistas do Greenpeace alçaram nesta quarta-feira um balão de ar quente perto da base aérea militar de Büchel. "Matanças em massa como as causadas pela bomba atômica em Hiroshima nunca mais devem acontecer", disse o porta-voz da Christoph Lieven.
O porta-voz acrescentou que o governo alemão deve assegurar não apenas a retirada dos soldados dos EUA da Alemanha, conforme anunciado pelo presidente americano Donald Trump, mas também das bombas nucleares.
PV/dpa/dw/cp
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