

Em poucos países o fechamento das escolas provocou tanta polêmica. Afinal, a sociedade sul-coreana é notória pela importância que dá ao setor da educação, com seus estudantes liderando todos os anos a avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).Ainda assim, devido ao recrudescimento das infecções com o Sars-cov-2, a reabertura das escolas foi adiada cinco vezes. De início a volta foi gradual: em 20 de maio começaram as aulas presenciais para o último ano do ensino médio, dois meses depois do inicialmente planejado. No começo de junho, seguiram-se os alunos a partir do ensino fundamental, embora centenas de escolas tenham fechado novamente depois que um surto se espalhou por Seul.
Deste modo, o cotidiano escolar transcorre atualmente sob restrições rígidas, sem exceção. A temperatura corporal de cada aluno é medida à entrada das instituições educacionais. Tanto a exigência do uso constante de máscara quanto as medidas de distanciamento social se aplicam durante toda a jornada escolar, e os alunos se sentam sozinhos em mesas antes destinadas a dois.
Nas universidades, por sua vez, o cotidiano já transcorre normalmente. Só a primeira metade do semestre de verão transcorreu basicamente online, o que desencadeou discussões acaloradas na sociedade: sobre como realizar exames justos, por exemplo, ou se a infraestrutura da internet basta, e se os estudantes teriam direito ao reembolso parcial das anuidades.
Na quarta-feira, a renomada Universidade Konkuk, em Seul, reduziu em 8,3% as taxas para o próximo semestre de inverno, o que corresponde a cerca de 280 euros. Espera-se que outras instituições façam o mesmo.Como o país está algumas semanas à frente da Europa no combate ao vírus, um olhar para a Coreia do Sul sempre oferece informações valiosas sobre o futuro. Elas não são muito tranquilizadoras: um amplo estudo entre 6 mil famílias mostrou que também crianças menores de dez anos transmitem o vírus, mesmo que com a metade do risco – possivelmente por exalarem menos ar, em geral, ou por serem assintomáticas na maioria dos casos. Os jovens entre 10 e 19 anos, por sua vez, são pelo menos tão infecciosos quanto os adultos.
A mensagem do estudo é clara: as escolas em todo o mundo serão provavelmente focos de infecção pelo vírus repetidas vezes, e, portanto só devem funcionar sob restrições estritas.

Fabian Kretschmer (ip)Caminho Político
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