Em missa de Páscoa celebrada sem fiéis, Francisco apela para união entre povos para enfrentar covid-19, defende relaxamento de sanções e anulação das dívidas de nações carentes. "Este não é tempo para egoísmos."O papa Francisco celebrou, neste domingo (12/04), a tradicional missa de Páscoa com a benção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo), sem a presença de fiéis na Basílica de São Pedro, devido à pandemia de covid-19.
Em transmissão pela internet, o pontífice pediu união entre os povos para enfrentar a pandemia de coronavírus: "Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas", disse o Santo Padre.
Na sua mensagem de Páscoa, lida numa basílica de S. Pedro vazia, o papa Francisco desejou que "sejam aliviadas as sanções internacionais que impedem os países que as sofrem de proporcionarem um apoio conveniente aos seus cidadãos" e apelou à solidariedade internacional "para reduzir, se não mesmo anular a dívida que pesa sobre os orçamentos dos países mais pobres."
Francisco apelou a um "cessar-fogo mundial e imediato" em sua mensagem. "Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas", disse o papa.
O chefe da igreja católica pediu ainda à Europa "soluções inovadoras" face à pandemia da covid-19. Segundo o papa, o continente se recuperou da Segunda Guerra graças à "solidariedade", e que seja este o sentimento que prevaleça agora, e não o ressurgimento de antigas rivalidades, apontou.
O Papa mais uma vez agradeceu aos médicos e enfermeiros, e a todos os profissionais que garantem os serviços essenciais necessários à convivência civil. Ele também disse estar preocupado com o futuro e com a falta de emprego, encorajando os políticos a trabalharem em prol do bem comum.
"Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia”, disse ainda o pontífice, pedindo que não faltem os bens de primeira necessidade aos que vivem nas periferias, aos refugiados e aos desabrigados.
Num mundo "oprimido pela pandemia, que coloca uma dura prova à nossa grande família humana", é preciso responder com o "contágio da esperança", afirmou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 108 mil mortos e infectou mais de 1,78 milhão de pessoas em 193 países e territórios.
CA/lusa/vaticannews/ots/cp
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