"Assassino de líder da independência de Bangladesh é executado"

Bangladesch Mujibur Rahman 1972 (Getty Images/D. Miller)O ex-militar Abdul Majed foi enforcado quase 45 anos após a morte do primeiro presidente do país. Execução ocorre cinco dias depos da captura do condenado, que passou décadas escondido. O ex-oficial militar Abdul Majed, um dos condenados pelo assassinato de Sheikh Mujibur Rahman, o líder da independência de Bangladesh, foi executado neste domingo (12/04), cinco dias após ser finalmente preso pelo crime, que ocorreu em 1975.
Sheikh Mujibur Rahman era o pai da atual primeira-ministra do país, Sheikh Hasina. Primeiro presidente de Bangladesh, ele foi assassinado com quase toda a sua família em 15 de agosto de 1975.
A chacina ocorreu três anos e meio depois de Rahman liderar a independência de Bangladesh, que antes fazia parte do Paquistão. Quando seu pai foi assassinado, Hasina estava na Alemanha.
Majed foi enforcado em uma prisão da capital, Daca, depois que seu pedido de clemência presidencial foi rejeitado. Ele só foi preso pelo crime na terça-feira passada, em Daca, depois de permanecer décadas escondido.
Em 1998, ele foi condenado,à revelia, junto com outro ex-militares, à morte pelo assassinato. Antes de Majed, outros cinco participantes do crime já haviam sido executados em 2010.
O processo judicial envolvendo o assassinato de 1975 foi longo e o caso continua afetando a política de Bangladesh.
Os militares que assumiram o governo do país após a morte de Rahman protegeram e recompensaram os autores do crime com cargos. Majed, que foi executado neste domingo, chegou a receber um posto diplomático no Senegal e cargos em estatais.
Uma lei de anistia impediu qualquer investigação e julgamento por 21 anos, até que a premiê Sheikh Hasina chegou ao poder pela primeira vez em 1996.
Com a mudança no clima político, Majed fugiu para a Índia, onde permaneceu escondido por quase 25 anos. Ele foi detido após retornar a Bangladesh nesta semana.
Este ano, Bangladesh celebra o centenário do nascimento de Mujibur Rahman, mas as cerimônias foram drasticamente limitadas devido à pandemia de Covid-19.
JPS/afp/ots/cp

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