"Para agência da ONU, envelhecimento saudável depende de políticas públicas"

Apresentação da agenda do poder legislativo brasileiro para pessoas idosas e diálogo sobre políticas de curso de vida e desenvolvimento social. Secretária Nacional de Promoção de Desenvolvimento Humano, Ely Harasawa Deputada defende a conscientização da população mais jovem sobre a importância dos cuidados com a velhice. Em reunião técnica realizada nesta quarta-feira (4) entre deputados da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa com representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), foram definidas algumas prioridades para que a próxima década promova uma velhice saudável para a população do continente: ajustes nos sistemas de saúde e de seguridade social, reorganização do sistema de cuidados e o combate à discriminação por idade, o chamado “ageísmo”.Para o chefe da Unidade de Curso de Vida Saudável da OPAS, o geriatra Enrique García, a boa notícia é que “vencemos a morte”, aumentando a expectativa de vida. A má notícia é que esse prolongamento chega, muitas vezes, com doenças e dependência.
Já a representante da OPAS no Brasil, Socorro Gross, afirmou que a dinâmica de envelhecimento no país só é comparável à da China. Por isso, as políticas públicas devem reforçar o atendimento específico e contínuo aos idosos e o país deve aumentar os recursos para a saúde.
“O cuidado dessas pessoas é um cuidado que tem que ser o que nós chamamos cuidados que são prolongados. Algumas pessoas têm doenças crônicas, outras pessoas envelhecem sem doenças, mas sempre vão precisar de cuidados mais prolongados”, observou.
Fundada em 1902, a OPAS é a organização internacional de saúde pública mais antiga do mundo. Ela atua como escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas.
Estratégia municipal
Representantes do governo também foram convidados para relatar como andam as políticas públicas para os mais velhos com a mudança do perfil demográfico.
A secretária Nacional de Promoção do Desenvolvimento Humano, Ely Harasawa, falou da Estratégia Brasileira Amigo da Pessoa Idosa, que estimula as cidades a implantarem ações em áreas como direitos humanos, saúde, mobilidade e acessibilidade. O programa já tem 943 municípios engajados e a secretaria, subordinada ao Ministério da Cidadania, orienta os gestores públicos.
“Nós oferecemos informações técnicas, apoio, capacitação para que eles possam ir avançando, seja no diagnóstico, que é a primeira etapa, depois o plano de ação e depois a execução das ações”, disse.
Parlamentares e representante da OPAS foram recebidos pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia. No encontro, a agência das Nações Unidas colocou como prioridade a instituição de políticas de cuidados, por todos os países da região.
Políticas públicas
A deputada Leandre (PV-PR), que organizou a reunião, comemorou o interesse da Organização Pan-Americana de Saúde nas ações do Poder Executivo e do Legislativo brasileiros para avançar nas políticas públicas para idosos.
“Se a gente não tiver uma política hoje que priorize o cuidado daquelas pessoas que precisam, mas também que possa fazer uma política transversal, olhando para o envelhecimento como um processo que acontece desde o nascimento da pessoa e vai perpassando por todo o ciclo da vida, que é o que garantir que as pessoas possam envelhecer com qualidade de vida e com suas capacidades funcionais em alta, com mais autonomia, com mais independência, não adianta a gente ter mais anos de vida e as pessoas serem altamente dependentes”, observou o deputado.
A parlamentar acrescentou que a conscientização da população mais jovem sobre a importância dos cuidados com a velhice é a melhor maneira de fazer com que o tema entre na agenda política do país.
Reportagem - Cláudio Ferreira
Edição - Régis Oliveira
Caminho Político

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