Só no ano passado, 360 novos casos suspeitos de radicalismo de direita foram revelados nas Forças Armadas alemãs. Aumento é atribuído à intensificação de investigações de serviço de contrainteligência militar do país. O Serviço de Contrainteligência Militar (MAD) alemão informou que está investigando 550 militares alemães suspeitos de extremismo de direita, revelou o jornal alemão Welt am Sonntag neste domingo (26/01). Em 2019, 360 novos casos suspeitos de extremismo de direita foram registrados, disse Christof Gramm, presidente do MAD, em entrevista ao periódico, acrescentando que 14 foram condenados no ano passado por extremismo, oito deles por extremismo de direita. Diversos casos de extremismo nas Forças Armadas alemãs e entre outras forças de segurança do país foram revelados nos últimos anos, enquanto o governo luta para conter ameaças e violência de extremistas de direita.
Segundo o MAD, outros 40 foram identificados como indivíduos desleais aos valores da Constituição alemã. "Nosso objetivo é não apenas remover extremistas das Forças Armadas alemãs, mas também pessoas que não têm lealdade à Constituição", afirmou Gramm.
Ele atribuiu o aumento dos números à intensificação do escrutínio realizado pelo MAD.
Casos de suspeita de extremismo estão particularmente concentrados entre uma unidade de elite conhecida como Comando de Forças Especiais (KSK).
De acordo com Gramm, 20 dos casos suspeitos de extremismo de direita atualmente em investigação foram detectados dentro do KSK, cifra que, em relação ao número de integrantes, é cinco vezes maior que o da média geral da Bundeswehr. O número de casos no KSK também dobrou em comparação com o início de 2019, acrescentou o presidente do MAD.
A pressão para investigar militares alemães suspeitos de ligação com grupos neonazistas no país vem aumentando desde a eclosão do caso de Franco A, um tenente preso em 2017 tentando recuperar uma arma e munição que havia escondido no aeroporto de Viena. Explosivos também foram encontrados na ocasião.
Ele é acusado de levar uma vida dupla, se passando por um refugiado sírio, para, segundo promotores, realizar um ataque visando que o ato fosse confundido com terrorismo islâmico.
O caso de Franco A. atraiu atenção generalizada em toda a Alemanha depois que informações surgiram de que ele armazenou memorabilia nazista em seu quartel, incluindo uma caixa de fuzil com uma suástica gravada. Ele foi acusado de planejar ataques a políticos do alto escalão e figuras públicas que acreditava serem "favoráveis a refugiados". Ele foi absolvido das acusações de terrorismo, mas condenado por violar a legislação sobre armas.
"O caso serviu de alerta para que o MAD pudesse se desenvolver de forma mais abrangente", afirmou Gramm.
MD/dpa/afp/cp
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