Localizado em ilha turística, vulcão Whakaari entra em erupção. Ao menos cinco morrem, e vários estão feridos, alguns com queimaduras. Polícia ainda busca desaparecidos, mas sem esperança de encontrar sobreviventes. Ao menos cinco pessoas morreram e dezenas estão desaparecidas depois que o vulcão Whakaari, localizado na turística Ilha Branca (White Island), a cerca de 50 quilômetros da costa da Ilha Norte da Nova Zelândia, entrou em erupção às 14h11 (horário local) desta segunda-feira (09/12).
O chefe da polícia local, John Tims, acredita que até 50 pessoas estavam nas proximidades do vulcão. Até o momento, 23 foram encontradas, sendo cinco sem vida, enquanto o restante sofreu lesões, algumas delas queimaduras graves.
Outras 27 pessoas estariam desaparecidas. A polícia disse acreditar que não encontrará mais sobreviventes, sugerindo que a cifra de mortos ainda deve aumentar.
Os cinco mortos eram neozelandeses e também turistas estrangeiros. Tims não soube precisar as nacionalidades das vítimas.
Segundo o chefe de polícia, as condições para o trabalho seguem adversas para as equipes de resgate. Junto a especialistas, a polícia monitora a situação para determinar quando seria seguro entrar novamente na área.
Em um barco, em torno de 20 minutos depois de ter deixado a ilha, um turista gravou imagens da erupção. O vídeo mostra uma nuvem de cinzas e fumaça espalhando-se e indo em direção ao mar.
A primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, viajou até o local do incidente no fim do dia e descreveu as cenas que presenciou como "fortes". "Todos os nossos pensamentos estão com as pessoas afetadas [pelo episódio]", declarou Ardern.
O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, ofereceu ajuda. No Twitter, ele publicou que "os australianos também foram pegos de surpresa com esse terrível acontecimento". "Estamos trabalhando para determinar o bem-estar de todos."
O vulcanologista Brad Scott, do grupo de pesquisa GNS Science, disse que a erupção jogou fumaça e cinzas a uma altura de até 3.660 metros. Ele também afirmou que o ocorrido afetou o solo da ilha.
Outro especialista, o cientista Ken Gledhill, relatou que a erupção não foi necessariamente grande, mas, de qualquer forma, estar perto de um evento como esse pode ser potencialmente perigoso. Ele acrescentou que não é possível afirmar se outra erupção poderia ocorrer nas próximas 24 horas.
Turismo arriscado
A Ilha Branca fica a cerca de 50 quilômetros da costa da Ilha Norte da Nova Zelândia. Devido ao incidente, há o questionamento de por que turistas ainda são autorizados a visitar o local, especialmente depois de cientistas terem percebido aumento da atividade vulcânica.
Em novembro de 2018, a agência GeoNet, que monitora vulcões e terremotos na Nova Zelândia, aumentou o grau de alerta de 1 para 2 devido a uma maior quantidade de gás de dióxido de enxofre, que vem do magma mais profundo do vulcão. A GeoNet também observou aumento no tremor vulcânico – de fraco para moderado.
Scott disse que o nível de alerta costuma subir e descer mesmo caso não haja erupções. Ele afirmou que, até então, não havia ocorrido nenhum grande incidente com turistas em visitas à ilha, ainda que alertas tenham sido enviados. A última erupção antes da que ocorreu nesta segunda-feira foi registrada em 2016, mas ninguém se feriu.
O Whakaari é conceituado como um dos vulcões marinhos ativos mais acessíveis em todo o mundo – 70% dele está embaixo da água. Estima-se que, por ano, 100 mil pessoas visitem o local, que virou reserva privada em 1953.
Em 1914, 12 pessoas morreram enquanto trabalhavam em minas de enxofre. A parede de uma cratera desabou, e um deslizamento destruiu a vila de mineiros, além da própria mina. O que restou dos prédios virou atração turística.
GB/afp/ap/dpa/rtr/cp
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