O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou, nesta terça-feira (5), requerimento para convocar o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) a depor na CPI Mista das Fake News, que investiga notícias falsas nas redes sociais e assédio virtual. O requerimento foi apresentado após a divulgação de um áudio em que o deputado pede ajuda para ações contra Randolfe nas redes sociais. Ambos os parlamentares integram o colegiado.A ação de Feliciano veio após uma
discussão no Twitter, motivada pelo anúncio de que Randolfe faria uma representação contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, na Procuradoria-Geral da República, por obstrução de justiça no caso Marielle. No áudio, o deputado pede ajuda a um aliado para "organizar um grupo de pessoas para espancar” o senador no Twitter.
"Milícias digitais"
Para Randolfe, a atitude é grave e mostra que o deputado não apenas tem conhecimento da atuação de grupos organizados para promover ataques nas redes sociais, as "milícias digitais", como faz uso delas. A atuação desses grupos é um dos alvos das investigações da CPMI das Fake News. O senador criticou a linguagem usada por Feliciano, que é pastor.
"As linguagens do ódio têm sido disseminadas nas redes sociais, têm sido propagandeadas para aniquilar adversários e todos aqueles que se oponham a este governo. Não só adversários: aniquilar personalidades públicas, aniquilar aqueles que ousam, em algum momento, divergir. Isso não é democracia, isso não é da política", disse o senador na reunião do colegiado.
Em resposta, o deputado afirmou ter usado uma figura de linguagem, que poderia ser facilmente entendida por quem não estivesse de má-fé. Ele afirmou nunca ter espalhado notícias falsas e disse que, no áudio, apenas está fazendo política. O deputado pediu que as consultorias da Câmara e do Senado façam uma análise sobre a legalidade do requerimento apresentado por Randolfe.
"O que não pode ser feito é se instrumentalizar esta CPMI para atingir um companheiro, só porque a pessoa perdeu o jogo. Ao perder um jogo político, usa esse tipo de instrumento para poder intimidar a gente. Isso não vai acontecer. Não vou aceitar esse tipo de intimidação", disse Feliciano.
Apoio
Também na reunião da CPMI, o senador Humberto Costa (PT-PE) se solidarizou com Randolfe, que, no seu entendimento, foi vítima de uma ação de estímulo à atuação de milícias digitais. Humberto informou que assinará o requerimento de Randolfe para que Feliciano seja convocado a depor na comissão.
No Plenário, senadores se pronunciaram sobre o caso. Para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, uma mensagem que incita grupos a agredirem um parlamentar por conta de uma manifestação divergente merece repúdio e causa indignação.
O senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) pediu à Câmara dos Deputados que tome providências sobre as declarações de Feliciano. Para Veneziano, Randolfe foi atacado de forma “desproposital, descabida, desnecessária e inconcebível”.
Da Redação/Caminho Político
(com informações da Agência Senado)
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