No dia 19 de junho, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) divulgou uma nota de repúdio aos ataques a Glenn Greenwald e à equipe do The Intercept Brasil, que vem publicando desde 9 de junho reportagens sobre as conversas do ex-juiz Federal Sérgio Moro e os procuradores envolvidos na Força Tarefa da operação Lava Jato. A nota da Abraji lembra que o ministro da Justiça Sergio Moro chamou o Intercept de “site aliado a hackers criminosos”, em post no Twitter no dia 14 de junho, e questiona esse posicionamento de Moro. “Trata-se de uma manifestação preocupante de um ministro que já deu diversas declarações públicas de respeito ao papel da imprensa e à liberdade de expressão...
Moro erra ao insinuar que um veículo é cúmplice de crime ao divulgar informações de interesse público”. Ao destacar o “erro” de Moro, a Abraji também reforça que “jornalistas e veículos não são responsáveis pela forma como a fonte obtém as informações”, considerando a alegação pelo Intercept de que recebeu as mensagens privadas, divulgadas na reportagem, de uma fonte anônima. A divulgação da nota de repúdio teve repercussão no mesmo dia, com o cancelamento da participação de Sergio Moro no 14º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, que alegou à entidade “motivo de agenda” para o cancelamento. Ele seria entrevistado no dia 28 de junho no painel sobre “Segurança Pública e Direitos Humanos”.
Em editorial publicado no dia 9 de junho, o Intercept afirma que as reportagens foram “produzidas a partir de arquivos enormes e inéditos – incluindo mensagens privadas, gravações em áudio, vídeos, fotos, documentos judiciais e outros itens – enviados por uma fonte anônima” e que o objetivo é desenvolver “uma investigação jornalística contínua das ações de Moro, do procurador Deltan Dallagnol e da força-tarefa da Lava Jato”, a fim de informar à sociedade questões de interesse público e expor transgressões.
Da Redação
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