"Grécia pede que Alemanha negocie reparações de guerra"

Militares alemães na Acrópole, em Atenas, em 1941Atenas comunica ter apresentado a Berlim pedido formal sobre indenizações de danos causados nas duas guerras mundiais. Questão ganhou força na crise econômica de 2010. Alemanha afirma já ter quitado suas dívidas.O embaixador da Grécia na Alemanha apresentou um pedido formal para o governo federal alemão entrar em negociações sobre um pagamento de reparação de danos de guerra. Atenas afirma que a Grécia tem direito a indenizações relativas à Primeira Guerra e à Segunda Guerra, segundo o Ministério das Relações Exteriores do país. "O governo grego convida o governo alemão para uma negociação para a satisfação prática dessas demandas, que são de particular importância para o povo grego, assim como uma questão moral e material", disse o ministério, na terça-feira (04/06).
O Parlamento da Grécia aprovou em abril o lançamento de uma campanha diplomática para pressionar a Alemanha a pagar bilhões de euros em danos pelas duas guerras mundiais. Até agora, a Alemanha se recusou a entrar em tais negociações, negando que seja obrigada a pagar indenizações sob o argumento de que as dívidas do país dos tempos de guerra foram quitadas há muito tempo.
A Grécia se rendeu às potências do Eixo em 1941 durante a Segunda Guerra e sofreu muito sob o domínio nazista. A Alemanha e sua aliada Bulgária foram forçadas a se retirar da Grécia após pressão dos Aliados em 1944, mas não entregaram o controle sobre Creta e algumas outras ilhas no Mar Egeu até depois do fim da Segunda Guerra.
A questão em torno de ressarcimentos veio à tona durante a intensa crise econômica de 2010. Muitos gregos culpam a Alemanha também pelas dolorosas medidas de austeridade impostas em troca dos bilhões de euros em empréstimos de resgate concedidos a Atenas.
Uma comissão parlamentar estimou em 2016 que a Grécia poderia reivindicar indenizações mínimas de 292 bilhões de euros pela Segunda Guerra e outros 9,2 bilhões de euros pelos danos causados na Primeira Guerra. A decisão parlamentar de abril deste ano, no entanto, não mencionou um valor.
PV/ap/rtr/cp

Comentários