"Dia Internacional da Mulher foi lembrado em solenidade na Câmara dos Deputados"

Homenagem ao Dia Internacional da MulherEm discurso lido em Plenário, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, parabenizou as mulheres e destacou a importância do evento. Ele também mencionou os alarmantes números da violência sofrida pelas mulheres e as iniciativas do Congresso para mudar essa realidade. “A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil; a cada hora cerca de 500 mulheres sofrem algum tipo de violência; foi exatamente em função desses dados inaceitáveis que se promoveram mudanças legislativas relevantes em 2018”, destacou.

Ana Carolina Andrada Arrais Caputo Bastos, presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais da Ordem dos Advogados do Brasil e co-líder do Comitê das Políticas Públicas das Mulheres do Brasil, citou mapeamento – realizado pelo comitê – de todos os projetos de lei que tramitaram na Câmara e no Senado no último ano e que impactam na vida das mulheres. Ela salientou que alguns representam um retrocesso, como o que pretende acabar com a cota de gênero na política. “A cota é essencial para diversificar a representação das mulheres com impacto na diminuição da corrupção e aumento do PIB, de acordo com estudos da ONU e do Banco Mundial”, enfatizou.

No mesmo sentido, Natasha Martins, diretora da unidade de negócios da empresa Merck, explicou a importância de promover a equidade em todos os ambientes e o impacto positivo disso na economia. “De acordo com o Boston Consulting Group quando você tem uma mesa mais diversa, com mulheres em posições de liderança e nas salas de reuniões, a cada 1% de ganhos em diversidade temos 3% de incremento em ganho na receita”, esclareceu.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que solicitou a audiência, afirmou que no Brasil há grandes mulheres e que a presença delas na política contribui para a melhoria do país. “Eu tenho essa sensação de que se houver mais mulher na política teremos menos corrupção”. Ela destacou, entretanto, a dificuldade para conciliar os papéis de mãe e de parlamentar. “As mulheres são muito ligadas à família e gostam de cuidar do lar.”

Essa questão também foi levantada pela diretora de Políticas para Mulheres do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Lilian Nunes dos Santos. “Como conciliar a vivência da maternidade com a vida social, política e profissional?” Para ela, é preciso dar prioridade a políticas públicas que tenham como objetivo o bem-estar da mulher, como o aumento da licença maternidade em caso de parto prematuro.

O secretário-executivo do ministério da Mulher, Sérgio Carazza, destacou que a pasta tem como objetivo realizar políticas públicas em prol das mulheres e da família e afirmou que o ministério está de portas abertas para sugestões e propostas. A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) mencionou que, apesar dos avanços, ainda há muita dificuldade na efetivação dos direitos garantidos pela lei.
Reportagem - Karina Berardo
Edição - Ana Chalub

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