Governo sudanês confirmou que subiu para 29 o número de vítimas fatais nos protestos contra o Presidente Omar al-Bashir. Organizações dos direitos humanos falam em 40 mortos.Num comunicado divulgado na noite desta quinta-feira (24.01), a Procuradoria-Geral do Sudão confirmou que aumentou para 29 o número de mortos nos protestos que ocorrem desde dezembro do ano passado para pedir a renúncia do Presidente Omar al-Bashir.
Até 12 de janeiro, 24 vítimas tinham sido confirmadas. O presidente do Comité de Investigação dos Protestos da Procuradoria, Amre Mohammed Ibrahim, sem avançar detalhes, informou que um jovem de 24 anos morreu nas manifestações desta quinta-feira no distrito de Omdurman, vizinho à capital Cartum.
Entretanto, a organização não governamental Amnistia Internacional afirma que o número de vítimas da repressão violenta nas manifestações chega a 40.
A Associação de Profissionais Sudaneses, que lidera as manifestações, declarou no Facebook que foram organizados "mais de 30 protestos" em todo o país esta quinta-feira, os quais considerou os "mais gloriosos" desde que começaram as passeatas no Sudão.
Os protestos acontecem quase diariamente em vários pontos do Sudão desde 19 de dezembro, quando começaram devido à escassez de produtos básicos no mercado e o encarecimento dos mesmos, mas geraram um movimento contra o Governo.
Presidente acusa norte-americanos
O Presidente permanece desafiador e rejeitou os pedidos de renúncia, culpando a violência dos "infiltrados" entre os manifestantes. Bashir acusou os Estados Unidos de causar problemas económicos ao Sudão, quando o Governo norte-americano impôs um embargo comercial ao país em 1997, que só foi levantado em outubro de 2017.
"Um relacionamento novo e mais positivo entre os Estados Unidos e o Sudão requer uma reforma política significativa e um progresso claro e sustentado no respeito aos direitos humanos", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Robert Palladino, em comunicado.
Al-Bashir, que liderou um golpe militar em 1989 que derrubou um Governo livremente eleito, mas ineficaz, disse repetidamente que qualquer mudança de liderança só poderia ocorrer através das urnas. Já é um dos líderes mais antigos da região, e deve concorrer a mais um mandato no próximo ano.
EFE, AFP, AP, Reuters, tms/cp
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