A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados homenageou, em audiência pública, os 30 anos da Comissão Pastoral da Terra (CPT) vinculada à regional Nordeste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Essa comissão pastoral abrange os estados da Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
Presidente da Comissão de Direitos Humanos, o deputado Luiz Couto (PT-PB), que é padre, destacou o trabalho da CPT.
Cleia Viana / Acervo Câmara dos Deputados
Comissão de Direitos Humanos prestou homenagem à CPT
"Ela tem realizado um trabalho muito importante na organização da classe trabalhadora do campo, das mulheres trabalhadoras, da luta pela reforma agrária e tem participado efetivamente das lutas políticas, enfrentando também aqueles movimentos que querem destruir a vida dos trabalhadores da cidade e do campo”, afirmou o deputado, que lembrou também a atuação dessa pastoral em lutas por terras quilombolas, dos indígenas e pelas áreas de preservação ambiental. “Esperamos que essa CPT possa continuar trabalhando e trazendo benefícios para os trabalhadores do campo e da cidade”, disse.
Integrante da coordenação executiva nacional da Comissão Pastoral da Terra, a irmã Jeane Bellini explicou que a comissão acredita que o protagonismo deve ser das organizações de base.
"Normalmente, a CPT vai junto com os sindicatos, associações e movimentos. Ela também é procurada pelo Ministério Público Federal, Ministério Público estadual ou do Trabalho. E, muitas vezes, a nossa informação dá uma fundamentação mais organizada, mais clara e mais contundente pra debater questões de conflitos de terra, de violência etc."
Um dos fundadores da CPT no Nordeste, o frei Anastácio Ribeiro, eleito deputado federal pelo PT da Paraíba para a próxima legislatura, ressaltou os resultados da comissão no estado.
"Temos 320 assentamentos da reforma agrária. São terras desapropriadas na base da luta, da resistência e da teimosia. Nesses 320 assentamentos, estão aproximadamente 98 mil pessoas e 17 mil famílias assentadas”, lembrou.
De acordo com os participantes da audiência pública, passadas três décadas da criação da Comissão Pastoral da Terra no Nordeste, a violência e os conflitos no campo permanecem sendo uma realidade "dramática e cotidiana" para os habitantes da região.
Reportagem – Newton Araújo
Edição – Ana Chalub
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