O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou nesta terça-feira (20) o nome do deputado Mandetta (DEM-MS) para ministro da Saúde a partir do ano que vem. Ortopedista pediátrico, Mandetta é deputado federal desde 2011, mas não se candidatou na última eleição.
O futuro ministro criticou a saída repentina de Cuba do programa Mais Médicos. Segundo ele, este era "um dos riscos de um convênio de terceirização de uma mão de obra essencial". Afirmou também que "mais parecia um convênio entre Cuba e o PT, e não entre Cuba e o Brasil".
“Se você vai fazer terceirização de mão de obra, pagando para outro país, com profissional que não recebe seu salário, eu pago para outro país, e na hora que o outro país acha que é um mau negócio, eu tiro o profissional? Que negócio é esse? Esse programa tinha que ter feito uma alternativa de sustentabilidade e que não foi feito”, afirmou Mandetta.
Mandetta defendeu uma maior fiscalização do poder público para avaliar a formação e atuação de médicos estrangeiros no País. “Quando você tem um médico formado na Suécia, na melhor faculdade da Suécia e ele quer vir ao Brasil, ele mostra o currículo e vai trabalhar na Amazônia. Será que ele sabe tratar malária? Será que ele conhece o SUS? Isso é revalidar diploma. A sociedade precisa de alguém que fiscalize e puna”, disse o futuro ministro da Saúde.
O PT divulgou nota afirmando que não houve terceirização e sim solidariedade dos médicos cubanos.
SUS
Mandetta defendeu o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e ressaltou que a saúde pública no País tem enfrentado vários desafios. Mandetta destacou problemas de gestão, de informação, orçamento inadequado, de desabastecimento e cobertura vacinal baixa.
“Entrou febre amarela de novo em São Paulo, sarampo na região Norte, pólio, pré-natal está inadequado. Fechamos os leitos e hoje temos leitos em menor quantidade do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde”, afirmou o parlamentar.
Carreira de estado
Mandetta defendeu que o novo governo encaminhe um projeto criando a carreira de estado para os médicos e ressaltou que é necessária uma proposta que atenda às várias áreas da saúde. De acordo com o novo ministro, a carreira de estado é uma maneira do País levar médicos para locais mais afastados.
“Como vamos fazer o médico no parque nacional de Xingu, atender às comunidades quilombolas? Vamos redigir um projeto para mandar para cá e será que ainda vamos continuar chamando isso de Mais Médicos ou o conceito tem que ser Mais Saúde? ”, disse.
Outras pautas
Entre os temas abordados por Mandetta e considerados prioritários para a nova gestão no ministério da Saúde estão a organização de uma agenda para receber emendas parlamentares que estejam de acordo com as políticas públicas do governo. Ele também defendeu que, antes de discutir mais recursos para a saúde, é importante saber para onde esses recursos devem ser encaminhados.
“Não adianta essa cantilena: mais recurso. Mas mais recursos para onde, para primeira infância, para a atenção básica, para custeio? ”, questionou.
Indicação pessoal
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, elogiou a escolha de Mandetta. Questionado pela imprensa se foi uma indicação do Democratas, partido de Maia e Mandetta, o presidente negou. Ele ressaltou que foi uma escolha pessoal do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Wilson Silveira
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