"Líder do PSL estima crescimento ainda maior da bancada em 2019"

O partido tem oito deputados federais, mas elegeu 52 no último domingo. Já o líder do PT, que elegeu a maior bancada da Câmara com 56 deputados para a próxima legislatura, comentou a disputa em 2º turno para Presidência da República.
Nilson Bastian/Câmara dos Deputados
Dep. Fernando Francischini - Solidariedade/PR
Atual líder do PSL, Delegado Francischini foi eleito deputado estadual nestas eleições
O atual líder do PSL, deputado Delegado Francischini (PR), afirma que o partido vai crescer ainda mais e se tornar o maior partido da Câmara porque muitos deputados novos que foram eleitos por partidos pequenos devem migrar para a legenda. O PSL é o partido do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro e saiu de 1 deputado eleito em 2014 para 52 nas eleições do último domingo. Atualmente, a bancada tem oito deputados.

Essa migração ocorreria, segundo Francischini, em função da cláusula de desempenho. Uma mudança constitucional vai fazer com que alguns partidos percam o direito ao fundo partidário e ao tempo de propaganda porque não atingiram 1,5% dos votos para a Câmara, distribuídos em 9 estados e com mínimo de 1% dos votos em cada um. Uma condição alternativa seria eleger pelo menos 9 deputados em 9 estados.

"À grande bancada eleita para o PSL serão agregados muitos deputados pela cláusula de barreira”, avalia Francischini. Os eleitos, a maioria novatos, segundo ele, são fiéis a Jair Bolsonaro, pois reconhecem nele a liderança que os levou à eleição. “Vamos ter uma base bem consistente, diferente daquilo que se falava, que se Bolsonaro fosse presidente não teria governabilidade. Vai ter, sim, porque o eleitor vai cobrar do seu deputado, do seu senador, uma posição pelo bem do País", destaca.

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Para o deputado Delegado Francischini, o próprio Bolsonaro representa uma renovação na política, pois, no Congresso, teria ficado distante de casos de corrupção. Delegado Francischini não volta à Câmara no ano que vem porque foi eleito deputado estadual. Seu filho, Felipe Francischini, integra a bancada eleita do Paraná pelo PSL.

Segundo turno
O PT elegeu a maior bancada na Câmara e mantém a posição, mas com um número menor de deputados. Caiu de 61 para 56. Ao contrário do líder do PSL, o líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), afirma que o partido não está preocupado agora com o total de deputados em 2019, mas com o segundo turno das eleições presidenciais, quando busca eleger Fernando Haddad.

Gilmar Félix
Sessão Extraordinária - Deputado Paulo Pimenta - PT / RS
Para o líder do PT, Paulo Pimenta, 2º turno vai além das questões partidárias
"É um debate que vai estar além das questões partidárias, das alianças políticas que nós somos acostumados a assistir", analisa Pimenta.
Ele avalia que o País está diante de uma encruzilhada histórica. "Todo cidadão e cidadã brasileiro vai ter a oportunidade de fazer uma escolha. Um caminho defende que a solução para o Brasil são as armas. O outro caminho defende que são os livros. Um caminho defende a tolerância, a diversidade. O outro claramente se posiciona com o discurso do ódio, da violência".

Para Paulo Pimenta, o segundo turno será bem diferente porque Bolsonaro deverá participar dos debates. Ele se ausentou dos últimos debates do primeiro turno por recomendação médica, após sofrer um atentado a faca. Paulo Pimenta foi reeleito para mais um mandato.

Diap
Para Antônio Augusto de Queiroz, analista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), tanto PSL quanto PT partiriam de uma base de apoio em torno de 130 deputados de diferentes partidos e teriam que buscar sustentação no centro.
Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição - Geórgia Moraes

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