O rádio privado sofre com a falta de investimento em vários países do mundo, inclusive no Brasil. Mas na Angola, a situação é tão crítica que os profissionais dependem da ajuda dos ouvintes para chegarem ao trabalho.De acordo com a rede alemã Deutsche Welle, a precarização da atividade nas rádios angolanas chegou a níveis alarmantes, com atrasos de salários de seis meses e falta de subsídios para o exercício da função jornalística. Os casos mais caóticos são das Rádios Despertar e Ecclésia.
Nesta primeira, os jornalistas estão com dois meses de salários atrasados, sem benefícios e sem o recolhimento para o seguro social. A falta de opções melhores no mercado de trabalho radiofônico faz com que os repórteres se submetam a condições inadequadas de trabalho.
Quando não usam o Candogueiro, uma espécie de lotação feita por vans em que as pessoas se apertam para pagar um valor baixo de transporte, os jornalistas “mendigam” aos taxistas por transporte, segundo diz Pedro Morta, sindicalista que trabalha na Despertar. “Muitas vezes são os ouvintes que dão dinheiro para os profissionais”.
Na Rádio Ecclésia, católica, a crise também chegou forte. Tanto que os funcionários estão sem receber há seis meses. “Compreendemos as dificuldades que a rádio vai vivendo, mas pode encontrar outras formas para poder resolver esse problema. Não faz sentido deixar trabalhadores com seis e sete meses sem salários. Muitos deles são pais, têm de pagar as escolas dos filhos”, reclama Pedro Morta.
O Sindicato dos Jornalistas está intermediando conversas para defender os interesses dos funcionários, mas não há prazo para uma solução de todos os problemas.
IMPRENSA/Caminho Político
Foto DW / Johannes Beck
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