Nicolás Maduro afirma que governo colombiano está por trás de "tentativa de assassinato". Oposição teme que regime use o episódio para endurecer repressão. O governo da Venezuela informou neste domingo (05/08) que seis pessoas foram detidas após uma explosão durante uma cerimônia militar em Caracas que contava com a presença do presidente Nicolás Maduro. O regime afirma que o episódio foi uma tentativa de assassinato contra o chefe de Estado. "Esclarecemos a situação em tempo recorde, e se trata de um atentado para me matar", disse Maduro horas depois do episódio. Um dos seis suspeitos detidos tinha um mandato de prisão pendente por um ataque em 2017 a uma base militar, e um segundo já tinha sido preso em 2014 por participar de protestos de rua contra o governo, afirmou o Ministro do Interior, Nestor Reverol. Os nomes não foram divulgados.
A televisão estatal venezuelana mostrou no sábado à noite imagens em que o presidente interrompe um discurso e se assusta com o que parece ser uma explosão. A transmissão também mostrou centenas de soldados correndo. Pelo sete militares ficaram feridos. Horas depois do episódio, Maduro acusou o presidente da Colômbia de estar por trás do susposto atentado. "Tentaram me assassinar no dia de hoje”, disse. "O nome de Juan Manuel Santos está por trás deste atentado.”
Ele também apontou que as investigações iniciais apontam para um complô de direita. "As primeiras investigações nos indicam que vários dos financiadores vivem nos Estados Unidos, no estado da Flórida. Espero que o presidente Donald Trump esteja disposto a combater grupos terroristas", disse.
Tanto os EUA quanto a Colômbia negaram qualquer tipo de participação.
O Ministério de Relações Exteriores da Colômbia rejeitou "enfaticamente as acusações” contra Santos. "São absurdas e sem nenhum fundamento as alegações de que o mandatário colombiano seria o responsável pelo suposto atentado”, disse o ministério em comunicado. Já o conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, John Bolton, afirmou "que não houve absolutamente nenhuma participação do governo americano no que aconteceu".
Explosões
Duas testemunhas que estavam na área no momento do incidente disseram ter ouvido e sentido duas explosões, então viram um drone cair e atingir um prédio. "Eu ouvi a primeira explosão, ela foi tão forte que os prédios se mexeram", disse a professora Mairum Gonzales. "Eu fui para o balcão e vi o segundo avião... ele atingiu o prédio e a fumaça começou a sair."
No sábado, porém, a agência Associated Press, citando bombeiros e outras fontes oficiais, havia apontado que a explosão provavelmente se originou em um tanque de gás do edifício.
Um grupo desconhecido chamado "Movimento Nacional dos Soldados de Flanela" declarou ter sido responsável pelo episódio.
"A operação era sobrevoar com dois drones carregados com C4, e o alvo era o palco presidencial. Francoatiradores da guarda de honra derrubaram os drones", diz no Twitter o grupo, cujos membros se identificam como "militares e civis patriotas leais ao povo venezuelano".
Críticos da oposição dizem que o governo já utilizou no passado incidentes como esse como pretexto para endurecer medidas contra opositores, incluindo a prisão de alguns dos mais conhecidos líderes do país. A Frente Ampla Venezuela Livre, uma aliança opositora, questionou o "confuso evento" em Caracas e pôs em dúvida se o ocorrido realmente foi um atentado.
JPS/efe/rt/afp/cp
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