"Participantes de maratona hacker do Parlamento veem relação entre política e tecnologia"

Participantes do Parlathon 2018, a maratona hacker promovida pela Câmara dos Deputados e pelo Senado dentro da Campus Party, acreditam que política e tecnologia têm tudo a ver.
A Campus Party é o maior evento de tecnologia do Brasil. É lá que acontece o Parlathon, uma variação do termo Hackathon, que é uma competição entre programadores para a criação de um produto de tecnologia.
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
workshop de abertura do Parlathon 2018
Competidores desenvolverão programa para ajudar o cidadão a entender como funciona o parlamento
No Parlathon, os competidores desenvolvem um programa que ajuda a entender como funciona o Parlamento. Pode ser um aplicativo para celular ou uma página web que ajude o cidadão a interagir com o processo legislativo, levando em consideração o caminho que um projeto faz até virar lei, o tempo que leva, como os deputados e senadores estão envolvidos.
A diretora de governança de tecnologia da informação (TI) da Câmara e organizadora do Parlathon, Patricia Almeida, explicou que as duas Casas estão juntas no evento e que o objetivo é a criação de um programa simplificado para que as pessoas leigas em processos políticos, principalmente os jovens, possam entender melhor o que chamou de "trilha legislativa".

"A ideia é que seja transparente ao cidadão o tratamento que é dado em cada uma das casas, porque o que o cidadão quer saber é o que foi criado e ele quer que saia uma lei. Nós precisamos levar esse conhecimento ao jovem que, hoje, tem o modelo absolutamente diferente daquele que é usual no serviço público e principalmente nos parlamentos, que são ambientes naturalmente conservadores."
Os "campuseiros" (nome dado aos participantes da Campus Party) inscritos na competição ficaram animados com a proposta, mas disseram que será um grande desafio. O estudante do Instituto Federal de Brasília (IFB) Luis Gustavo contou que, antes de começar a criar o aplicativo, vai ter que fazer uma extensa pesquisa sobre processo legislativo.
"Eu praticamente não entendo quase nada de lei e essa é uma boa oportunidade para aprender. Entender a tramitação e principalmente tentar entregar isso para uma pessoa comum, leiga como eu, é um desafio muito grande".
Em sua opinião, tornar o "politiquês" mais legível para a população é essencial. Ele avalia que muitas vezes a informação está disponível, mas não é de fácil acesso e que, por isso, tecnologia e política devem andar lado a lado.
Já para Bruna Moreira, professora na Universidade de Brasília, além de mostrar as informações, é essencial que os aplicativos expliquem como todo o processo funciona.
"As pessoas sabem que esses dados existem, mas não sabem entender o que está acontecendo. É o momento em que a gente consegue tirar dúvidas com o pessoal que trabalha aqui pra poder mostrar para as pessoas comuns, pros cidadãos que não têm todo esse discernimento."
O estudante de Ciência da Computação Leonardo Bassos resumiu como a tecnologia pode ajudar o País. "Pode deixar as pessoas mais próximas dos nossos políticos, das nossas leis, do nosso governo e, assim, mais próximas do Brasil em si."
Além do Parlathon, a Câmara está presente em várias ações da Campus Party. A programação completa e os resultados você encontra aqui.
Reportagem – Giovanna Maria
Edição – Ana Chalub

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