Em sessão solene nesta segunda-feira (21), debatedores defenderam a necessidade de uma política nacional para a apicultura. O evento ressaltou a importância das abelhas e da polinização para o desenvolvimento sustentável. A sessão homenageou o Dia Nacional do Apicultor e o Dia Mundial das Abelhas.
Gilmar Félix/Câmara dos Deputados
Sessão solene pelo Dia Nacional do Apicultor e pelo Dia Mundial das Abelhas
Para o autor da homenagem, deputado Izalci (PSDB-DF), é preciso garantir aos produtores mecanismos de financiamento mais ágeis e com juros menores. “Mais do que isso, precisamos de uma política específica para o mel. Poucos países do mundo reúnem condições tão favoráveis para produção de mel e derivados”, disse. Izalci defendeu a análise de proposta (PL 6913/17) que institui política nacional de incentivo à produção de mel e desenvolvimento de produtos relacionados.
O presidente da Câmara Setorial do Mel e Produtos das Abelhas do Ministério da Agricultura, Lauro Jurgeaitis, também defendeu aprovação da proposta para desenvolvimento do setor.
Preservação da flora
Em mensagem lida por Izalci, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que a sobrevivência das abelhas é fundamental, por elas serem essenciais no mecanismo de preservação da flora silvestre ou cultivada. “Proteger as diferentes espécies de abelhas no Brasil é proteger a diversidade da flora e de outros animais que dependem dessa diversidade”.
Izalci citou frase do físico Albert Einstein para ressaltar a importância das abelhas para o equilíbrio ambiental. “Se as abelhas desaparecessem da face da Terra, a humanidade teria apenas mais quatro anos de existência”, disse o cientista.
O secretário-geral da Associação dos Meliponicultores do Distrito Federal, Luiz Lustosa Viera, criticou a falta de mel na maioria dos produtos brasileiros. Segundo ele, deveria haver uma legislação prevendo a presença do insumo e, assim, ampliar a produção nacional. Ele também criticou a proposta (PL 6299/02) para mudar as regras sobre pesticidas.
Apicultura
A produção brasileira de mel anual gira em trono de 40 mil toneladas, sendo que mais de 50% é exportado. A atividade envolve cerca de 300 mil apicultores, a maioria de pequenos produtores.
As abelhas e outros polinizadores - como mariposas, morcegos e pássaros - permitem a reprodução de diferentes espécies de plantas, incluindo vegetais para consumo humano.
Os polinizadores também atuam como “sentinelas do meio ambiente”. Variações do comportamento das abelhas indicam ameaças e desequilíbrios nos ecossistemas como pesticidas e monoculturas.
Neste domingo (20), foi comemorada pela primeira vez a data das abelhas, proclamada pelas Nações Unidas (ONU) por iniciativa da Eslovênia, país do leste europeu. A data foi escolhida por ser o dia do nascimento de Anton Janša, esloveno pioneiro na criação e uso de técnicas modernas de apicultura.
A apicultura remonta ao ano de 2.400 a.C., no antigo Egito. O mel é o adoçante mais antigo de que se tem notícia.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Geórgia Moraes
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