Casa Branca comunica "princípios de acordo" com Brasil, Argentina e Austrália, enquanto prorroga prazo para UE em um mês. Executivo europeu responde que "não negociará sob ameaças" e exige isenção "plena e permanente". O governo dos Estados Unidos chegou a acordos com Brasil, Argentina e Austrália para eximir estes países das tarifas sobre o aço e o alumínio, enquanto decidiu adiar a taxação aos países da União Europeia (UE), ao México e ao Canadá, segundo informou a Casa Branca. Quando o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs no final de março as tarifas de 10% ao alumínio e de 25% ao aço, ele eximiu estes países do seu pagamento (até a meia-noite de 30 de abril para este 1º de maio) para dar assim uma maior margem à negociação de acordos comerciais paralelos com alguns dos principais parceiros americanos.
Na lista inicial de países temporariamente isentos também estava a Coreia do Sul, país com o qual Washington já alcançou um acordo definitivo para Seul evitar o pagamento das tarifas. A Casa Branca afirmou que os pactos com Brasil, Argentina e Austrália são "princípios de acordo" cujos detalhes serão divulgados em breve.
Perante o iminente vencimento do prazo inicial, Trump optou na segunda-feira por uma "prorrogação final" de outros 30 dias, até 1º de junho, da isenção tarifária ao México, ao Canadá e à União Europeia, os únicos países com os quais ainda não alcançou um acordo.
"O governo está estendendo as negociações com Canadá, México e União Europeia por 30 dias finais", destacou em comunicado a Casa Branca. "Em todas estas negociações, o governo se centra em cotas que restrinjam as importações, evitem o transbordamento e protejam a segurança nacional."
Europa: "Não negociaremos sob ameaça"
Nesta terça-feira (1º/05), a Comissão Europeia (CE) comunicou que "tomou nota" da decisão dos EUA de prorrogar a isenção de tarifas sobre as importações europeias de aço e alumínio e advertiu que a União Europeia "não negociará sob ameaça".
"A decisão dos EUA prolonga a incerteza dos mercados, que já está afetando as decisões das empresas", criticou o Executivo comunitário em comunicado. "Qualquer futuro programa de trabalho transatlântico tem que ser equilibrado e mutuamente benéfico."
A CE apontou que os 28 Estados-membros deveriam desfrutar de uma isenção "plena e permanente" já que as medidas que a administração dos EUA ameaça aplicar "não podem ser justificadas com base na identidade nacional".
Nesse contexto, a Comissão recordou que "o excesso de capacidade nos setores do aço e do alumínio não é originário da UE", mas "pelo contrário, a UE se comprometeu nos últimos meses a todos os níveis possíveis com os EUA e outros parceiros para encontrar uma solução neste assunto".
O executivo da UE indicou que a comissária Europeia do Comércio, Cecilia Malmstrom, esteve em contato nas últimas semanas com o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, e com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e que esses diálogos "continuarão".
A China será a economia mais afetada pelas novas tarifas. Além do aço e do alumínio, Trump anunciou um plano para obter 60 bilhões de dólares em tarifas para cerca de 1,3 mil produtos provenientes da China e também pretende estabelecer restrições aos investimentos promovidos por Pequim. A China, por sua vez, ameaçou impor tarifas aos EUA de cerca de 3 bilhões de dólares.
PV/abr/efe/lusa/cp
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