Os ataques a tiros à caravana do ex-presidente Lula entre os municípios de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no Paraná, na terça-feira (27), repercutiram na Câmara dos Deputados. Dois veículos foram atingidos por disparos de arma de fogo; ninguém se feriu. No Plenário, parlamentares de diferentes partidos repudiaram o ataque.
Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, os tiros à caravana de Lula assim como a notícia de que o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, está sofrendo ameaças são episódios graves, que merecem investigação e punição exemplar.
“Os tiros no ônibus foram o ponto final de alguns dias de absurdos, inviabilizando a mobilização do ex-presidente Lula, que é legítima, democrática. Somado às ameaças ao ministro Fachin, são de uma gravidade extrema”, afirmou Rodrigo Maia.
“Está na hora de o Estado brasileiro como um todo, o Ministério da Segurança, o governo federal e os governos dos estados avançarem rapidamente sobre esses dois episódios, que são simbólicos, descobrir e dar punições firmes, rápidas e exemplares para que não se repitam num país que se diz democrático”, continuou.
Pedidos
Os deputados petistas Maria do Rosário (RS) e Wadih Damous (RJ) entregaram ontem um documento a Rodrigo Maia em que solicitam providência para que a Casa combata o ódio contra a vida política. Os parlamentares lembraram o caso da vereadora do Psol Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro, e o fato de que na comitiva de Lula estavam os deputados petistas Zeca Dirceu (PR), Enio Verri (PR) e Paulo Pimenta (RS).
Na avaliação de Maria do Rosário, as investigações sobre os ataques aos ônibus da caravana de Lula deveriam ser federalizadas. Ela se reuniu com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann – que considerou “inaceitável” o ataque à caravana, mas disse que cabe às autoridades do Paraná investigarem se foi ou não um atentado político.
Discursos
Em Plenário, o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) alertou para o risco que ataques como esse trazem à democracia. “Parem com isso! Permitam o debate livre das ideias. Não é possível que o nosso país termine resolvendo as coisas na bala, no meio da rua!”
Para o deputado Cabo Sabino (Avante-CE), extremismos não ajudam. “O direito de falar, de votar, de colocar o que se pensa em debate são a maior conquista que temos. Não vai ser com paus, pedras, tiros e intolerância que vamos construir um Brasil melhor.”
Reportagem - Ana Raquel Macedo
Edição - Ralph Machado
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