O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), têm usado aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar pelo país e participar de compromissos muitas vezes estranhos aos cargos que ocupam, informa O Estado de S.Paulo. Pré-candidatos à Presidência, os dois aparecem com 1% nas pesquisas de intenção de voto. Aviões da FAB podem ser solicitados por ministros de Estado e para os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal por motivos de segurança, emergência médica e viagens a serviço. De acordo com o Estadão, a FAB afirma que não é sua atribuição “apurar se os motivos das solicitações de apoio são efetivamente cumpridos”.
A Força Aérea Brasileira também não divulga o valor dos gastos com voos oficiais. Alega que “o custo da hora de voo das aeronaves militares é informação estratégica e, por isso, protegida”. Segundo o Estadão, um voo entre Brasília e Fortaleza, em jato médio similar à aeronave utilizada pelas autoridades, custa cerca de R$ 84 mil, conforme cotação numa empresa de táxi aéreo. Viagens da capital federal para Maceió e Belém saem por R$ 75 mil e R$ 80 mil, respectivamente.
Desde dezembro, Maia voou 63 vezes em aeronaves da FAB. Em 33 oportunidades ele foi para o Rio, seu domicílio eleitoral. No dia 28 de dezembro o deputado voou para Salvador, onde participou da inauguração de uma creche ao lado do prefeito ACM Neto, que assumiu semana passada a presidência do DEM. Em 6 de fevereiro ele foi a São Paulo se encontrar com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre o cenário eleitoral.
De acordo com o Estadão, Meirelles também passou a dividir a agenda de ministro com a de pré-candidato em busca de popularidade. Desde dezembro, voou 42 vezes com a FAB. O ministro expandiu suas rotas e passou a realizar palestras nas principais capitais do Norte e do Nordeste sob a justificativa de “levar a mensagem da economia” para todas as regiões, como ele próprio costuma dizer. Também voou para participar de cultos da Assembleia de Deus em Belém, Natal e Fortaleza.
Elza Fiúza/ABr/cp
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