Poderoso produtor de Holywood, acusado de assédio e agressão sexual por dezenas de mulheres, e sua companhia são alvo de ação judicial por não protegerem funcionários dos abusos e da discriminação. O estado de Nova York apresentou uma ação judicial contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein, seu irmão e a produtora que ambos dirigem por falharem em proteger empregados durante anos de suposta conduta sexual inadequada.
A ação federal de direitos civis foi interposta neste domingo (11/02), quatro meses após a carreira de Weinstein chegar ao fim em meio a uma série e acusações de abuso sexual, assédio e estupro, feitas por mais de cem mulheres, incluindo atrizes famosas, como Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie e Uma Thurman."The Weinstein Company violou por diversas ocasiões a legislação de Nova York ao não proteger os seus empregados de um assédio sexual invasivo, das intimidações e da discriminação", afirmou o procurador-geral Eric Schneiderman. Procuradores do estado afirmaram que a ação, resultado de uma investigação em curso, foi interposta por temores que a venda da The Weinstein Company, à beira da falência, pudesse deixar as vítimas sem uma reparação adequada. Agora, o processo judicial ameaça postergar a venda da empresa. Em reação à ação, o advogado de Weinstein afirmou que seu cliente, de 65 anos, é um defensor do avanço da carreira das mulheres. "Ao final do inquérito, ficará claro que Harvey Weinstein promoveu mais mulheres a postos-chave executivos que qualquer outro líder da indústria, e que não houve discriminação alguma", disse. Procuradores de Nova York acusam o conselho e executivos da empresa de não tomarem medidas adequadas para proteger seus funcionários ou conter o comportamento de Weinstein, apesar de uma série de reclamações ao departamento de recursos humanos. Weinstein está sendo investigado pelas polícias dos EUA e do Reino Unido, mas ainda não foi acusado formalmente de nenhum crime. Ele nega ter tido relações sexuais não consensuais e estaria em tratamento por vício em sexo. A ação de Nova York alega que assistentes foram requisitadas a facilitar a vida sexual de Weinstein como uma condição para manterem seus empregos e tinham cópias de um manual, conhecido como bíblia, que incluía instruções de como fazê-lo. Os procuradores afirmaram que um funcionário voou de Londres a Nova York para ensinar as assistentes a se vestirem de maneira mais atraente para o produtor hollywoodiano. Além disso, motoristas de Weinstein em Los Angeles e Nova York teriam sido instruídos a terem sempre preservativos e injeções para disfunção erétil no carro. As dezenas de agressões sexuais atribuídas a Weinstein, um dos produtores mais poderosos de Hollywood, foram reveladas primeiramente em reportagens do New York Times e da New Yorker, em outubro do ano passado, e desencadearam movimentos como o "Me too" e "Time's up". As denúncias abriram uma discussão internacional e obrigaram empresas a reverem suas políticas e líderes políticos a se manifestarem.
LPF/rtr/ap/lusa/cp
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