Segundo especialista, parâmetros entre os dois países são muito diferentes, o que dificulta o livre comércio.
Raphael Milagres/Câmara dos Deputados
A deputada Bruna Furlan, vice-presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Argentina, acredita na atuação dos governos dos dois países para a solução dos entraves comerciais entre Brasil e Argentina
O grupo parlamentar Brasil-Argentina realizou audiência pública nesta quarta-feira (21) para discutir a criação de organismo bilateral de metrologia entre os dois países.
O coordenador-geral de Articulação Internacional do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), Jorge Cruz, afirmou que não é necessária a criação de um órgão técnico específico entre Brasil e Argentina na área de metrologia, porque os países já são parceiros em diversos organismos internacionais que cuidam do tema em vários setores da economia.
Segundo Cruz, a discussão é importante para que os regulamentos técnicos "sejam harmonizados, estejam consensuados, discutidos, e não tenhamos barreiras na hora da entrada quer seja um produto alimentício, quer seja algo de instrumento de medição ou produtos elétricos".
A presidente do Comitê Brasileiro de Barreiras Técnicas ao Comércio (CBTC), professora Vera Helena Thorstensen, destacou que os parâmetros entre Brasil e Argentina são muito diferentes, o que dificulta o livre comércio, que é justamente uma das bases do Mercosul.
Já o representante do Ministério das Relações Exteriores, Otávio Brandelli, informou que no ano de 2017 o país conseguiu reduzir de 80 para 19 os entraves comerciais entre os dois países, mas com as novas tecnologias que surgem a cada dia é preciso ter legislações atuais e afinadas para conseguir vencer as barreiras protecionistas que muitas vezes são apresentadas como normas técnicas.
A deputada Bruna Furlan (PSDB-SP) destacou a atuação entre os dois governos para a solução de problemas comuns aos dois países.
"Nós estamos todos muito felizes com os resultados deste grupo de trabalho porque nós criamos um bom ambiente político. Os governos atuais da Argentina e do Brasil propiciaram essa condição de trabalho e nós certamente avançaremos nesses temas que são tão importantes para as relações bilaterais e comerciais entre os dois países", disse.
Na próxima reunião do grupo de trabalho vai ser discutido o trânsito de pessoas pela fronteira entre os dois países.
Reportagem - Karla Alessandra
Edição - Roberto Seabra
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